Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, outubro 11, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Completamos as SARAIVADAS da semana.

Referem-se a uma nova especialidade de Saraiva.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: Saraiva enriqueceu o currículo…

“Virou” consultor de relações humanas associadas às aplicações de VIAGRA.

Ainda no dia 5 de Outubro transacto e naquela revista que é, ela própria, um indefinível tabu, José António Saraiva veio revelar uma nova faceta da sua multifacetada personalidade. Qual seja a de um abalizado consultor de relações humanas associadas às aplicações do Viagra.

Para quem tenha acompanhado as últimas intervenções jornalísticas de Saraiva esta notícia não constituiu surpresa. Há muito tempo que o conhecido director de semanários em voga no meio lisboeta, vinha revelando uma irresistível tendência (senão apetência) para escrever sobre sexo. Chegou a temer-se que o assunto lhe estivesse a dar a volta à cabeça. Felizmente – e como se depreende – toda essa constância de pensamento agora traduzida em letra de forma, mais não terá sido que uma preparação do meio ambiente E como se gerou a expectativa quanto àquilo que viria por aí baixo (ou acima?) o efeito não foi de alvoroço. Pelo contrário: proporcionou algum gozo, face à forma e ao conteúdo da comunicação.

O articulista Saraiva começa por mencionar conversas “enroladas” que meteram embaixador que “há tempos” teria andado distraído das suas funções a pesquisar a doidice que se apoderara dos velhotes por causa dos prazeres alcançados por obra e graça das tomadas do Viagra. Apesar do impacto da informação, Saraiva, cauteloso, introduz-lhe uma ressalva: “Creio que a “informação” era, pelo menos parcialmente, verdadeira”. Mas não foi inteiramente objectivo. Poderia ter aventado a hipótese contrária. Então, teria escrito: Creio que a informação era, pelo mais parcialmente, mentirosa. Ou optado por admitir que era pelo menos totalmente, verdadeira; ou era pelo mais totalmente, mentirosa. Quem sabe? Pelos vistos, nem Saraiva se sentiu à-vontade para se decidir por uma opinião certeira, sem margem para dúvidas de interpretação das conversas do embaixador. E como nem se decidiu a investigar, o leitor que se desenrasque

Depois, o articulista mostra-se preocupado com “O problema do Viagra” . Neste ponto, vale a pena fazermos um reparo. Este mundo está muito desordenado e cada vez mais complexo. Para além das complicações que atingem os seres humanos já se chegou ao ponto de até as matérias inertes terem problemas. Bem ponderado o delicado assunto talvez se possa considerar que, embora sob a influência da ideia formada com base nas aparências, sem a certeza científica, de que tal matéria seja inactiva, se possa resolutamente especular e, sobretudo, valorizar o potencial do Viagra. É que parece, a crer em Saraiva, estar comprovado que, apesar da não visibilidade da interactividade das partículas do agregado molecular, uma vez tomado o comprimido e absorvido pelo organismo ele suscita reacções em cadeia com resultados extraordinários que se reflectem de imediato na capacidade operativa do apêndice viril que faz a, normalmente, encoberta diferença entre o macho e a fêmea – os quais, efeitos, são profusamente divulgados na Comunicação Social e relatados por muitos indivíduos que se submeteram às indolores experiências. Daí, que reconheçamos mérito nas considerações desenvolvidas por Saraiva em que ele com inspirada perspicácia, quiçá por disso, pessoalmente, se dar conta, chama à colação a energia atómica. Importa sublinhar que Saraiva achou por bem sublinhar que quando esta modalidade de energia surgiu “foi saudada com júbilo em todo o mundo e hoje mantém a humanidade sob um clima de terror”. Interligando as duas anotações o leitor desprevenido interrogar-se-á se com o Viagra a humanidade também irá ficar aterrorizada

A seguir, Saraiva intercala algumas observações sobre os advogados que os deve ter deixado aturdidos. Para o arquitecto-jornalista, os advogados são os maus de muitas fitas. E interroga-se: “Ora, para que servem hoje os advogados? Servem para complicar os problemas e não para os simplificar. Para tornar difícil e tortuoso o que parecia fácil”. Porém, acontece que Saraiva ao fazer a sua avaliação se cinge a hoje. Nós, sem querermos ser amigos da onça, perguntamos-lhe: E amanhã? Para a semana? O mês que vem? E nos anos futuros para que vão servir os advogados? Esta, é a chatice. Igualmente, a frustração no discurso de Saraiva. Deixa os leitores pendurados nas dúvidas que suscita pela imprecisão do fraseado. O leitor que se lixe. Deite-se a adivinhar. Ora, gaita!

Mas onde Saraiva atinge o fastígio da sua, já de si, brilhante prosa é na apresentação de duas inspiradas propostas: uma, sobre o fabrico de vários tipos de Viagra e outra sobre desconfianças relacionadas com as tomadas de Viagra. Esta última para que se possa afiançar que “Com o Viagra, ninguém – ou quase ninguém – fica hoje mal visto. Mas ele veio instalar a desconfiança universal”. E amanhã ninguém ficará mal visto? É sempre a mesma treta Bolas!

Relativamente à primeira proposta, Saraiva explica-se da seguinte maneira:”Que tal como existem vários tipos de champôs, também passe a haver vários tipos de Viagra: Viagra para idosos, Viagra para jovens, Viagra fraco, Viagra forte, Viagra de efeito curto, Viagra de efeito prolongado, Viagra para cardíaco, Viagra para uso regular, Viagra para uso ocasional, etc.. Assim, haverá possibilidade de escolha(…)” E conclui: “Em suma para cada caso o seu Viagra”.

Observamos que Saraiva não sendo pintor borrou a “pintura” quando pôs travão à entusiasmante descrição das aplicações do Viagra; as quais, foram congeminadas na grande cabeça pensante deste país que, por mera casualidade, é a dele.

Sim, a intromissão da descabida expressão (etc.) resultou em pura perda do encanto da exaltação entusiástica do VIAGRA. Imagine-se a desilusão das meninas de alta estirpe da linha de Cascais e das avenidas novas de Lisboa que, lendo o escrito de Saraiva com sofreguidão e volúpia, seguiam atentamente as divagações do conceituado arquitecto-jornalista e, de repente, perderam o fio à meadaDe facto, uma inconveniência de bradar aos céus

Resta-nos esclarecer que Saraiva não deu pistas quanto ao tipo de Viagra que, desde já, reservaria para si.

E antecipar uma crença, decerto, generalizada aos leitores do articulista em causa. Se o Viagra tivesse voz, provavelmente proclamaria: Salve, Saraiva! O Viagra te contempla! Cá espera por ti!...

Fim