Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Um texto sem tabus…

DRAMÁTICO!

TANTOS COM O CORPO MALTREITO

E A ALMA DILACERADA…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

Ao iniciar-se a contagem do ano de 2007 Portugal e os portugueses estão em maus lençóis. Estes, assentes sobre colchões infestados de parasitas. Mais a terrível desgraça: estendidos sob mantas de feios retalhos que exalam odores nauseabundos. Também notória a falta nas horrorosas camas dos indispensáveis cobertores, fortes e quentes, que proporcionassem bons agasalhos às lusas gentes. Para agravar a situação aquelas peças (lençóis) de fraca textura apresentam-se bastantes sujas e fedorentas e empestam o inteiro ambiente; para não se dizer o ambiente do meio; o que desvirtuaria a realidade que pretendemos demonstrar aos pacientes e enfermos do repulsivo mal contagioso advindo da grande desgovernação; os quais, cidadãos infelizes, desiludidos e revoltados, constituem a maioria dos portugueses. Precisamente aqueles europeus, refugo da agregada comunidade da Europa, que estão cada vez mais pobres, doridos, sufocados, sem voz e em acelerada marcha para o jardim das tabuletas. Por sinal, um espaço de tranquilo repouso bastante estimado pelo Grande (des)Governo que temos.

Assim estamos postos em estado de transe, por causa das poluídas atmosferas que nos toldam as monas, nos vão enfraquecendo o físico e prestes nos aniquilam. Como ainda no p.p. dia 24 de Dezembro, na aldeia de Sabrosa, concelho de Mortágua, esteve quase acontecendo a uma família de dezoito pessoas que, reunidas na adega da habitação a consoarem, nem se aperceberam do adormecimento que se ia apoderando de cada uma, devido aos efeitos do monóxido de carbono acumulado pelas emanações das brasas da lareira.

Depois, quem devia tratar das respectivas lavagens e desinfecções está-se nas tintas para o desempenho dessas tarefas profilácticas.

Antes de mais mencionarmos a título de desabafo e em nota de repúdio, há que fazer referência ao contingente avantajado de pessoal dirigente que se considera mal pago, enquanto anda por aí entretido a empanturrar-se à mesa do Orçamento, a excursionar através do país e pela estranja, a proferir sermões aos peixinhos das águas turvas acumuladas nas depressões das suas quintas dispersas pelo território nacional e, lá fora, na Bélgica, a lançar milho bafiento aos pardais de Bruxelas que não vão lá muito à bola com as jogadas dos grandes figurões, lusitanos de meia-tigela, acantonados no reduto lisboeta.

Também paira no ar a dúvida se haverá água limpa em quantidade e da melhor qualidade para se fazerem as muitíssimas barrelas necessárias para o êxito da desinfecção geral. Para além destas preocupações que nos tiram o sono, está latente a suspeita de haver gente que descarta essa esmerada miragem ou esperançosa hipótese porque, num excesso de zelo ou por subtil impostura, insinua temer o esgotamento das reservas aquíferas onde, eventualmente, se poderia ir buscar o precioso líquido que todos sabemos não ser inesgotável. Escudados nestas inquietantes suposições que se apresentam como previsões trágicas apontadas a um tenebroso futuro da grei, ousamos perguntar: quantos se esquivam aos indispensáveis trabalhos de salubridade geral e abrangente a todos os sectores da nossa desconexa sociedade? Adiantamos a óbvia resposta: o apuramento é difícil, senão impossível… Quem souber, contraponha!

Entre o conjunto de ambíguos, improcedentes e obscuros procedimentos e a amplitude das situações geradas pelo actual estado calamitoso de podridão, sujidade e penúria e a servir-lhe de pano de fundo e assinalável expressão, avultam as políticas e as acções dos Grandes Governantes. Distintos senhores, de “veneráveis” fraternidades que, falhos de ambições cívicas, limitados de competências, desprovidos de consciência, avessos ao sentido da responsabilidade e sem recursos do Erário esbanjados à-tripa-forra, vêm tomando decisões segundo linhas de força explícitas na lei do menor esforço; sempre determinadas pela mais imediatista e primária inspiração, quando não subordinadas a interesses pouco claros sem nenhuma transparência.

Considerando por outro ângulo cívico-social o conjunto dos expedientes sem nexo e a abundância das medidas intempestivas e desconcertantes a que recorrem os Grandes Homens e as Grandes Damas que nos desgovernam alegremente, saltam à vista os encerramentos das escolas, dos centros de saúde, dos serviços hospitalares, das maternidades e dos consulados. Logo a seguir, alinhados no vasto e controverso campo da bestice e da irracional desconformidade, vêm os indecentes aumentos repartidos: pelos impostos; pelas taxas que moderam os ímpetos de sobrevivência dos malteses que ainda têm veleidades de ser gente; pelos custos da escolaridade entendida como algo nocivo à brandura dos costumes de subserviência; pelos preços dos combustíveis, da electricidade, do gás, do pão, dos alimentos cada vez mais indisponíveis para o pagode; pelas tarifas dos transportes que devem tornar-se mais inacessíveis para os idosos e enfermos porquanto, não devendo exporem-se ao público mais susceptível, cumpre-lhes a obrigação de se aquietarem nos seus cantos e não andarem por aí a fazerem ondas que sobressaltem a consciência de qualquer desprevenido cidadão bem nutrido, melhor enfarpelado e bastante próspero que, graças aos imponderáveis desígnios do “Grande Arquitecto do Universo”, sente aconchegada no bolso interior do casaco, juntinho ao empedernido coração, a agradável “leveza” da carteira bem recheada de notas.

Depois, perfilam-se: a pobreza envergonhada, a miséria de maior visibilidade, os saldos de liquidação da classe média, o fatídico desemprego, o autoritário poder dos chefes políticos, o desprezo e abandalhamento da língua portuguesa, a sujeição aos interesses dos potentados económicos, a preservação dos privilégios dos grandes gestores das instituições públicas e dos grandes governantes, a liberalização das práticas corruptas, os apertos dos cintos dos aparentados do Zé-Povinho, as colagens de adesivos nas bocas mais inquietas, a censura na comunicação social, a atrofia funcional da Justiça que, decidida a tirar a “venda” dos olhos, passa a ter visão abrangente, generosa e compreensiva face aos excessos, pecadilhos e razoáveis crimes dos grandes prevaricadores que se limitam a tratar das suas ricas vidinhas…

De tudo isto sucintamente enunciado se extrai uma conclusão deprimente: Portugal atingiu altos patamares de degradação moral, de impostura cívica, de abandono social e de estagnação no desenvolvimento. A população dos menos favorecidos vegeta. A esperança de evolução favorável do nível de vida da maioria dos lusitanos seres perdeu-se. O fosso entre os pobres e os ricos atinge valores inacreditáveis. Na Europa circula documento que aponta Portugal como um mau modelo de execução político-administrativa e péssimo exemplo daquilo que os novos países aderentes devem rejeitar nas suas políticas de integração na comunidade.

Certo é que os anos se vão sucedendo e o país prossegue em queda livre. Os governos das várias cores partidárias revezam-se. Os ministros entram e saem na dança das cadeiras. Os políticos ora estão no poleiro do Poder, ora hibernam na oposição à espreita da próxima oportunidade do assalto de tomada do Governo. O povoléu barafusta contra os partidos; invectiva os governantes e indigna-se com os deputados e outros espécimes da fauna política. Tende a revoltar-se. Porém, resignado e temeroso, acomoda-se. Talvez mais grave: não identifica os maiores responsáveis e não lhes pede contas.

De permeio, a entidade que – dir-se-ia imutável - verdadeiramente permanece dentro do sistema, escondida, actuante, influente, impávida, sempre com seus elementos integrados em todos os escalões e a níveis cimeiros da hierarquia do Estado e das estruturas da sociedade portuguesa, continua a existir despercebida, incólume, sem minimamente ser beliscada ou forçada a assumir as responsabilidades, que até são muito grandes. Estamos confrontados com um inaceitável tabu. Tal apatia e silêncio, porquê? Que dizer do alheamento deste assunto por parte dos jornalistas, dos comentadores, dos jornais, das rádios e das televisões, de Lisboa? Mistério! “Discrição”! Secretismo! Lei da rolha! Mistério!... Mistério!... Mistério!... Ou talvez não… Há que pensar! E abrir os olhos à realidade!...

Até quando a Maçonaria é conservada numa redoma de vidro espesso e opaco, como se fosse delicada flor de estufa, permanentemente cuidada com todos os requintes? E poupada à crítica e à firme reprovação geral dos portugueses pelas inerentes responsabilidades no actual estado de coisas; visto que – conforme é reconhecido e declarado pelos seus grão-mestres - há muitas e muitas décadas, desde os fins do século XIX, cavalga, ininterruptamente, o Poder? Discretamente… como se sabe e os grandes maçons, destacados em serviço ao exterior das lojas, não se cansam de nos lembrar e acentuar com ênfase… e arrogância.

Como afirmava o fraterno e “grande” Vitorino do PS: “Habituem-se”… os portugueses a exigir responsabilidades à Maçonaria. E à Opus Dei! Isso, habituem-se!!!