CONVERSANDO COM OS LEITORES
EM TEMPO DE QUADRA NATALÍCIA
Brasilino Godinho
25 Dezembro de 2021
Nesta quadra natalícia abrangendo o fim de ano e segundo meu hábito de comunicar com gente amiga e leitores, assaz dedicados, venho escrever algo que se inscreve no propósito de transmitir conhecimento sobre a pessoa brasiliana, opiniões e suas andanças, presenças ocasionais e situações, ocorridas recentemente, com foco nas últimas horas de vivência natalícia.
Desde logo, dou nota de que estou gozando da comodidade que desfruto na pacata residência pessoal, sita em Aveiro, na companhia que muito prezo e respeito: a de minha pessoa. Afinal em consonância com a tradição que remonta ao mês de Junho de 2008, data do passamento de minha querida mulher Luísa Maria Albernaz Tápia Godinho. Outrossim, uma decorrência do estado geralmente inerente à situação de viuvez do ancião que vive isolado por manifesto afastamento dos seus descendentes e familiares.
Isto escrito como preâmbulo, recuo no tempo até 25 de Outubro p.p. para informar que nessa data cometi a proeza de sem esforço físico e nula pressão mental, ultrapassar a condição de octogenário e de fixar-me naqueloutra de nonagenário. Recebi parabéns do meu filho Jorge, da mulher Orlanda, da neta Rita Godinho e de várias pessoas que me brindaram com telefonemas e mensagens de aplauso – assim me colocaram em teletrabalhos de agradecimentos que duraram todo o dia e parte da noite. De modo que fiquei agradavelmente ocupado sem despender tempos com festanças, comezainas, danças comemorativas e com abraços e beijocas que, aliás, a Pandemia Covid-19 não só desaconselha, como impede em absoluto.
No capítulo de comes e bebes e de cânticos “Parabéns a Você” houve, com minha gostosa surpresa, ocasião a 30 de Outubro de acontecerem momentos de carácter celebrativo, no final do lançamento da obra “APONTAMENTOS BRASILIANOS”, na Livraria FNAC, de Aveiro, por gentileza da respectiva, simpática, gerência e beneficiando da participação calorosa das pessoas presentes no evento. Grato e mui sensibilizado expressei meu agradecimento, como me cumpria manifestar de forma impressiva e concludente.
Nesta altura em que estou reflectindo e valendo-me da solicitude do meu fiel companheiro de todas as horas, dos dias, das noites e das madrugadas: o computador portátil TOSHIBA, dedico-me à grata tarefa de compor a presente peça com vista a interagir mentalmente com cerca de 1300 pessoas da minha lista de contactos, 224 companheiros do Grupo AUA-AMIGOS, UNIVERSIDADE DE AVEIRO, incontáveis leitores do FACEBOOK e muitas centenas de cidadãos dispersos pelo Mundo que fazem leituras no meu blogue: http://quintalusitana.blogspot.com e tantos outros inúmeros cidadãos que diariamente, de livre iniciativa, acedem a https://www.facebook.com/brasilino.godinho.
No precedente segundo parágrafo citei a minha norma de vida: o respeito pela pessoa brasiliana.
Devido à época de Natal, de dramática conjuntura pandémica e de terrível situação sociopolítica da nação, que estamos dolorosamente atravessando, colhe interesse e oportunidade tecer algumas apropriadas observações.
Num tal desolador quadro importa realçar que o Natal se caracteriza pela admitida hipótese de ser ocasião para se cultivar de forma bem expressiva e intensa os valores da fraternidade e do respeito que nos devemos mutuamente com os nossos semelhantes. Infelizmente tal não acontece em larga escala no seio da sociedade. E à primeira vista, dir-se-ia que nem seria muito difícil. Todavia, a maioria dos concidadãos ignoram que a fraternidade e o respeito têm, forçosamente, em primeiro lugar, por se radicar no imo da própria pessoa. Pois que uma e outro, antes de se expandirem ao semelhante, hão ser cultivados com afinco, esmero e determinação, por cada um de nós. Quem não se estima e nem se respeita a si mesmo, nunca estimará e respeitará outrem. Esta é uma verdade inquestionável bastante saliente no quotidiano da sociedade e muito incómoda para tanta gente de irregulares procedimentos e perversas atitudes.
Daí, que a maior parte das manifestações de amizade e formulações de votos natalícios correspondam a gestos convencionais, de rotina conjuntural, desprovidos de efectivos sentimentos de consideração pessoal, de fraternidade universal, de respeito interpessoal e de acatamento pelos valores que proporcionariam harmonização social.
Se bem fossem acolhidos os valores, os princípios e as normas reguladores de uma sã convivência entre os seres humanos decerto que seria na escola e na família que se faria a imprescindível formação educativa das crianças e dos adolescentes com vista melhorar as condições de vida das futuras gerações.
Por outro lado e em contraposição, é pelo Natal que mais sobressai a hipocrisia reinante em Portugal. Os fingimentos são imensos e o clima predominante é do faz-de-conta de que todos quantos se felicitam e saúdam entre si são amigos e que se merecem reciprocamente. Todos estariam interessados no alcance, pelos amigos, das felicidades advindas no Ano Novo. Uma falsidade que, geralmente, não tarda em ser confirmada. O que toda a gente sabe é que esse febril ardor e atenção, algo pretensiosa, corresponde a uma habituação sazonal, equívoca, desprovida de objectividade e, muitas vezes, de imediato, desprezada ou esquecida.
Enfim, tenha-se consciência: do acerto da advertência contida no refrão de antiga canção brasileira: “Nem tudo que luze é oiro”… de que “As aparências iludem” e que de hipotéticas boas intenções está por de mais preenchido Portugal; e enfastiado, penando, gemendo, chorando e perecendo o povo português. Outrossim e é voz corrente: das tais “boas intenções” tão maléficas elas são que “até o Inferno está cheio”…
Urge recuperar a máxima latina: “Mens sana in corpore sano”.
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