A CENSURA QUE SE FAZ EM PORTUGAL
Um testemunho elucidativo
Brasilino Godinho
09 de Outubro de 2014
Ontem, publiquei a minha crónica sobre o DIÁRIO DE NOTÍCIAS e os jornalistas Baptista Bastos e João Marcelino, na qual fazia referência à censura encoberta que se vem praticando em Portugal.
Hoje, estou aqui a transmitir aos leitores a mensagem (suscitada pela leitura da referida crónica) que recebi, ao início da tarde, do Eng,º Manuel Andrade, actualmente residindo em Marrocos, meu conhecido e amigo desde os meados do ano 2004. O que faço precedendo sua autorização.
É um espontâneo testemunho. Bastante elucidativo. Importante!
Manuel Andrade
12:30 (Há 2 horas)
AMIGO E SR. BRASILINO
A JUNTAR TENHO AINDA O FACTO DE HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS EU E UM AMIGO MEU O TOMÉ FOMOS A LIVRARIA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS NO ROSSIO, EM LISBOA. EU QUERIA COMPRAR UM LIVRO “A QUINTA LUSITANA” PARA OFERECER AO TOMÉ. ENTÃO NOS FOI DITO QUE O LIVRO NÃO EXISTIA EM PORTUGAL.
AQUELE ABRAÇO,
MANUEL ANDRADE
Vale a pena acrescentar que - partindo de Lisboa, da mesma empresa editorial do Diário de Notícias, umas semanas antes desta ocorrência e através do telefone - um director intimava o gerente da livraria (a filial) que existia no Fórum de Aveiro, a retirar o livro da montra, plenamente sabedor que, nas duas últimas semanas, era a obra mais vendida.
Repare-se no embuste de a mesma empresa ter os seguintes procedimentos:
- vende o livro A QUINTA LUSITANA com sucesso em Aveiro, durante duas semanas. Foi a obra que, nesse espaço de tempo, teve mais vendas. Não lhe agradando a situação – o que, desdo logo é muito estranho sob o ponto de vista comercial - impõe a retirada da montra dos exemplares que nela estavam expostos;
- em Lisboa, na livraria do Rossio, tendo alguns exemplares em armazém, afirma que o livro A QUINTA LUSITANA não existe.
Poderia acrescentar mais relatos de actos censórios de que tenho sido vítima. O que seria repetir o muito que tenho escrito sobre esta vergonhosa prática; mais perversa - assinalo - do que aquela que estava institucionalizada no Estado Novo.
Por agora, fica este registo para a posteridade e para calar de vez os intrujões e os idiotas que andam por aí proclamando que não há censura em Portugal.
Montra onde estavam expostos o cartaz e os livros
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