Sábado, Julho 28, 2007
Caros senhores,
Apresento-vos as Marcelices.
Elas tratam das incríveis historietas decorrentes da frenética vida pessoal de “o professor Seixa”. Este ser, festejado prodígio da natureza naturada, com notável audácia e desembaraço, já deu a entender à malta que considera as suas historíolas de embasbacar os parolos e as saloias da região lisboeta, de vital importância para a vida da República. Porventura, factor decisivo para a elevação cultural dos indígenas. Daí: ele, o jornal e a televisão que o acolhem nos seus domínios, intuírem dever de transmissão das palavras entoadas, em tom de cântico de sereia, pelo invulgar pombo-correio, também conhecido pelo designativo Sousa.
Nós, limitamo-nos a comentá-las. Com o intuito de quebrar o silêncio (ou a indiferença?) com que, normalmente, são recebidas pelos indígenas. Igualmente, pretendendo assimilar as subtilezas de linguagem canora do pássaro bisnau em causa e partilhá-las com os leitores.
Temos a percepção de darmos modesto contributo para a sua divulgação. E não só. Estabelecemos o contraditório que se justifica por que “todo o mundo” se cala e consente - por omissão de atitude de repulsa - todas as veleidades, extravagâncias e censuras veladas ou incisivas, do grande promotor do folclore nacional e celebrado animador do circo político.
Pois, aqui, no exercício de um direito de expressão. Em prol da cidadania.
Cordiais saudações.
Brasilino Godinho
“Marcelices”…
Do Prof. Seixa
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Para quem não saiba informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.
Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.
Prosseguindo a saga que desde os tempos recuados do aparecimento do “Expresso” se impôs a si próprio como rotina das suas intervenções jornalísticas, o Prof. Seixa, debitou no “BLOGUE” escrito em letra de forma, mais uma colecção de banalidades e pequeninas notas avulsas de futilidades.
Não é demais insistir no reparo que temos feito sobre este anómalo expediente de um conceituado mestre de Direito e experiente personalidade da comunicação social que ingloriamente vai, desta menor forma, desbaratando o capital do seu grande talento. É um desperdício de inteligência mal empregue, de tempo ocupado sem brilho e de papel que, eventualmente, poderia ter melhor aplicação.
Cremos que o Prof. Seixa possuído de inteligência fulgurante, já se terá apercebido do contra-senso de semelhante prestação jornalística. Só que persiste no erro. Lá terá as suas motivações. Talvez, financeiras. Nós não vamos formular conjecturas e processos de intenção. Limitamo-nos a fazer o registo. E a lamentar o caso. Entendemos que: noblesse oblige.
No sábado 21 de Julho de 2007, o estendal de superficialidades começa com a introdução do pequeno resumo: “Semana cheia de Faculdade, mais temas governativos e eleitorais e ainda uns restinhos da ida a Londres. Tudo em cima de ânsia pelas férias”
É a altura de dizermos que apesar do carácter simplista do conteúdo do “BLOGUE”, nele, às vezes, deparamos com apontamentos brejeiros que nos fazem rir. E não só…
Por exemplo: achámos muita graça àquela mimosa expressão “uns restinhos da ida a Londres”. Que graciosidade… Que inspirada beleza formal…
Também um achado, a afirmação de “Tudo em cima de ânsia pelas férias”. Ainda bem que em cima. O que não seria de complicado se: Pouco em baixo de ânsia pelas férias… Provavelmente perder-se-iam a ânsia e as férias… Uma carga de trabalhos para o Prof. Seixa…
No “BLOGUE” lá estão insertas inúmeras notinhas reportando novidades e fofocas. Seria fastidioso enumerá-las. Vamos citar as supostas mais importantes, se bem interpretamos as preferências do autor.
À cabeça, “o professor” informa que a “Vodafone resiste”. Quer tê-lo, de novo, como assinante. Vai esperar pela conta TMN, para comparar. Moral desta historieta: a Vodafone, se calhar, quer possuí-lo como emblema da companhia. Porém, “avisado” é o professor. Primeiro, quer comparar as facturas. Os leitores e o País agradecem os cuidados do Prof. Seixa em os manter ao corrente deste assunto pessoal de profunda repercussão na sociedade.
Outra notícia do maior interesse para o Zé-Povinho e para esconjurar o tédio das “tias” da linha de Cascais é expressa em poucas palavras, mas com profundo sentido de oportunidade, sob o título de “Mergulho”. Escreve “o professor”: “Às oito e meia da noite, mergulho na praia. Já sem barcos. Milagre! É verão no seu esplendor… Engano do Prof. Seixa. Esplendor dele. Deu o mergulho à noite, o que já é um feito notável. Sem barcos, ao redor. E conseguiu o milagre. Ou seja: ousadia, requinte, auspiciosa perspectiva de agradar à prelatura fundada por Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás e… um bom início de uma cavalgada que o pode levar à consagração nos altares da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana…
É noticiada uma tarde de netos “Em cheio”. Felizmente… Que não em vazio. Com realce para um “passeio, a pé, por Lisboa” – o que terá sido uma temeridade; se tomarmos em linha de conta a quantidade dos buracos espalhados por essa Lisboa de todas as trapalhadas…
Depois, há a informação de um almoço em Alvaiázere, “de chícharo mais meia-dúzia de pratos (de matar de bom). Chiça! Empanturrado terá ficado o professor. Caso para lhe apontarmos o risco de viver de mau… Professor, cuide-se!
Terminamos a apreciação do rol com a citação dos parabéns dados pelo professor a um cidadão, Mendonça, presumido organizador do Estoril-Jazz. Um facto que nos coloca a pertinente questão: Quem duvida do alto interesse nacional deste gesto nobilitante de o professor? Quais empedernidos seres desumanos que, ao tomarem conhecimento desse rasgo de cortesia, não se comovem? É de ir a terra, em lágrimas…
E digam lá se, espremido, o limão deita algum sumo…
Pela nossa parte, anotamos: Tudo aquilo foi escrito… Tudo aquilo é chiste… Tudo aquilo representa um fado triste … Além cantado pela ave palradora Sousa.
Fim
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