A REGIONALIZAÇÃO MALDITA
PARA
MAIS DESGRAÇAR PORTUGAL
Brasilino Godinho
07/Setembro/2021
PORTUGAL continental é uma média região da Europa. Definitivamente, os portugueses fixem em memória esta realidade geopolítica. Extraiam dela as inerentes ilações. É que pairam no ar algumas afirmações falsas sobre a “regionalização” de Portugal continental - geralmente proferidas por quem dela anseia tirar proveito pessoal e obter tacho profissional - tendentes a iludir o povo. E que urge denunciar e vigorosamente repudiar.
Pretendem alguns políticos arregimentados nos clãs partidários “regionalizar” a região europeia que há nome de Portugal (continental). Pois que neles e nos aparelhos dos vários partidos associados no regime da Partidocracia, prevalece a obsessão da posse e usufruto dos tachos. Também latente a pretensão de efectuarem assalto ao Erário!
Está a Nação confrontada com um descaramento inaudito! Atitude vil!
No entanto, é forçoso reconhecer e declarar com veemência que este quadro de degenerescência política é, afinal, um dado dissimulado no circo político em que está convertida a política rasteira que ornamenta a partidocracia portuguesa. Serão milhares de filiados dos partidos que, impacientes, aguardam serem preenchidos pelos lugares da “regionalização”.
Anote-se esta verdade: dantes, as pessoas preenchiam os lugares. Agora, os lugares preenchem as pessoas. Atendendo-se aos costumes das seitas políticas (os partidos funcionam como tais bandos sectários, movidos por interesses vários, em detrimento do interesse nacional), é de prever a existência de listas de pessoas a serem preenchidas pelos lugares de: dirigentes governativos, deputados regionais, assessores, directores de serviços, chefes de gabinete e de repartição, especialistas de 1.ª classe, consultores, arquivistas, secretárias, escriturários, operadores e técnicos informáticos, telefonistas, motoristas, contínuos, serventes de limpeza e eventuais bombeiros regionais. Um fartote de pessoas, indevidamente preenchidas de cargos e funções a imitarem o Regimento de Infantaria Governamental com seus 70 oficiais de alta, média e baixa patentes; o qual, corpo militarizado, certamente lhes servirá de modelo e de inspiração, uma vez que já se constituiu como um precedente e exemplar núcleo despesista do Estado a que chegámos de ruína da Nação.
É a evolução na corrupção. Será a Partidocracia no seu esplendor.
Cumpre-me o dever cívico de chamar a atenção dos portugueses para as seguintes observações:
Na Europa não se "regionalizam" as regiões. Em Portugal querem "regionalizar" o luso continente que é média região europeia.
Eles, "inteligentes" políticos da partidocracia portuguesa, dizem: governos regionais estarão próximos do povo; como se o governo municipal e a junta de freguesia não o estivessem sempre e com forte expressão de proximidade e de fácil contacto/atendimento pessoal.
Coitados dos europeus habitantes das médias e grandes regiões. Como muitos deles conseguem viver tão afastados das sedes dos governos das suas demarcadas regiões?...
Para mais aumentar a desgraça do País só faltava a monstruosidade da "regionalização" de Portugal continental, que, repito, é uma média região europeia.
"Regionalizar" a média região europeia (Portugal continental) seria, sem margem para dúvidas, uma aberração politico/administrativa e uma monstruosidade financeira.
"Regionalização" de Portugal continental também seria repugnante instrumento de degradação sociopolítico e de abusivo e descontrolado esbanjamento das finanças públicas.
ATENÇÃO!
Não se "regionaliza" um Estado naturalmente regionalizado: Madeira,
Açores e continente luso (média região europeia).
A campanha em curso para convencer idiotas e ingénuos de que a maioria do povo quer a "regionalização" é tendenciosa falácia! Abusiva indecência! Manifesta e obscura manipulação!
Daí que os vários aparelhos partidários estejam irmanados na adoração ao bezerro de ouro que se lhes afigura configurado na imagem da “regionalização” à portuguesa formulação.
Conclusão: em vez da tenebrosa, maldita, “regionalização” haverá que reforçar e prestigiar o municipalismo português com grande tradição histórica em Portugal; o qual, sistema político teve, no século XIX, na pessoa do insigne escritor/historiador Alexandre Herculano um seu distinto arauto e doutrinador.
Uma última anotação: o último governo do PSD/CDS, chefiado por Passos Coelho, agregou várias freguesias, cumprindo directrizes da TROIKA, que fiscalizava a austeridade praticada pelo Governo, alegando a necessidade de reduzir despesas do Estado. Neste tempo com a pretendida “regionalização” de Portugal continental já cessaram as preocupações financeiras e se admite displicentemente o enorme aumento despesista com os instrumentos e funcionamento da famigerada e absurda “regionalização”. Nem sequer se salvaguardam os preceitos de coerência, de eficácia e de boa gestão financeira da administração pública. Muito mais grave a ligeireza com que mais se agravará a dívida pública de um país, Portugal, em muitíssimo preocupante estado crónico de falência.
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