ENRAIZA O EXPEDIENTE DOS

ACORDOS SECRETOS COM OS

CORONAVÍRUS DA COVID-19

 

Brasilino Godinho

03/Junho/2021

 

Parece que em Portugal se está enraizando a conveniência do governo na celebração anual, no início do verão, de pactos secretos entre o governo e o clã dos coronavírus que fixaram estadia e actividades no nosso país. Vamos nesse rumo desde o ano passado em que, mercê de acordo sigiloso, inúmeros vírus se deslocaram para o estrangeiro, sobretudo Espanha, em gozo de férias e o governo se aproveitou para se vangloriar de que conseguira reduzir as infecções e aligeirar o duro regime dos isolamentos, dos encerramentos, dos aborrecimentos e dos constrangimentos vários que tanto incomodavam os indígenas nacionais.

Com a chegada do Outono foi notado o retorno dos vírus e as coisas e loisas a que eles estão intimamente associados aumentaram com algum descontrolo e graves consequências para a multidão dos incautos nativos, empobrecidos imigrantes e desprevenidos turistas.

Situação grave mas a que os governantes têm concedido folgas de atenção que possibilitaram as festanças do Sporting em Lisboa e a incrível invasão dos arruaceiros ingleses no Porto – apodada de bolha, decerto por quem estava com a bolha ou por dela se achar possuído, quiçá inteiramente dependente.

Nas últimas semanas acresce continuamente o aumento de infectados em Lisboa e agora no Porto – o que era previsível – como consequência dos incumprimentos dos cuidados básicos de segurança pessoal por parte de milhares de indivíduos que estupidamente arriscam a vida e a do próximo.

Entretanto, estamos em Junho e o governo já tem na calha outro acordo com os vírus, no pressuposto desfecho de eles irem, também este ano, de férias além-fronteiras. O que, no entendimento da inteligência oficial, concentrada em Lisboa, será factor determinante para se acabar com encerramentos de estabelecimentos, de confinamentos de pessoas e demais constrangimentos em vários sectores da sociedade.

Tudo isto e mais outras coisas que estão desaconselhadas num período em que recrudesce a propagação da pandemia Covid-19 em Portugal. O que faz supor numa arbitrária, inconcebível, condescendência do Governo em facilitar a vida e actividades de um qualquer anónimo coronavírus; quer seja ele regressado de férias, quer se tenha mantido actuante durante o verão como elemento de reserva do clã a qual está agregado.

Porém, deixem-se de tretas! Há que ter presente a gravidade da situação pandémica. Mais de atender que ela não é conhecida do público na sua real dimensão. O que decorre do bloqueio à sua divulgação por parte das autoridades. Aliás todos os governos escondem os dados completos da tragédia que atingiu a humanidade.

Facto elucidativo acaba de ser noticiado: o governo inglês decidiu retirar Portugal e as regiões dos Açores e Madeira da lista verde do turismo, que nela tinham sido inscritos há escassos dias. O que isto significa? Simplesmente, que se os portugueses podem ser mantidos na ignorância da realidade pandémica em Portugal, já o governo inglês tem melhor conhecimento da sua amplitude.

Nas últimas semanas era evidenciado que o governo procurava, a todo o transe, dar ideia, para inglês ver, de que a pandemia Covid-19 estava sob controlo. Porquê? Para assegurar o fluxo turístico ao Algarve, Lisboa e a outras regiões da tradicional clientela turística proveniente da Inglaterra.

Porém, as contas saíram furadas à rapaziada autoritária sediada na capital lisboeta.

Que os governantes portugueses, por uma vez, aprendam que nem sempre se pode enganar as pessoas… E as de outros países, por vezes, sabem mais sobre as desgraças de Portugal do que a maioria dos portugueses.