AD PERPETUAM
IN MENTE!
Brasilino Godinho
Hoje, dia 2 de Junho de 2021, perfaz o distanciamento de13 anos sobre uma das datas mais tristes da minha vida: o falecimento de minha adorada mulher, Luísa Maria Albernaz Tápia. Evoco tão sublime ser humano com profundíssima tristeza e grande amargura.
Por ser aqui expresso meu estado de alma não se estranhará que faça referência a um extraordinário, incrível e inexplicável fenómeno que em 2009 ocorreu comigo.
Relato:
No dia 2 de Junho de 2008, pelas 17 horas, numa enfermaria do Hospital de Aveiro, faleceu minha mulher.
No dia 2 de Junho de 2009, pelas 17 horas, numa sala de aula, na Universidade de Aveiro, o seu viúvo, Brasilino Godinho, estava prestando prova escrita de exame da disciplina de Língua Espanhola. Vai preenchendo as respostas aos itens e chega ao último e… fica perplexo, atordoado, sofredor, choroso. Incapaz de satisfazer a exigência de tal item. Qual? Esta: “Escreva um pequeno texto de exaltação da pessoa amada”. De imediato, o choro impossível de conter. Não conseguindo estancar as lágrimas que escorriam pelas faces, como que paralisado, assim estive cerca de 10 minutos procurando passar despercebido – o que foi facilitado por me encontrar isolado na primeira fila e encostado à parede. Nem a professora se deu conta da minha situação. Acabei por entregar a prova, sem nela figurar qualquer referência ao último item. Felizmente era o último por que se fora o primeiro teria sido ocorrência muito mais dramática: entregue da prova em branco.
Repare-se nas coincidências: mesmo dia, mesma hora e a natureza do teor do item do questionário do exame – a exaltação da pessoa amada pelo Brasilino Godinho. De anotar que a professora, senhora espanhola, ignorava a minha condição de viuvez. Mais tarde contei-lhe o que se passara e ficou bastante impressionada. Também eu continuo impressionado, sem encontrar explicação para o fenómeno.
Devo referir que a minha vida prestes a contar 90 anos está recheada de factos estranhos.
Já que aqui cito facetas íntimas da minha pessoa e para terminar esta peça escrita, dou informação do que me aconteceu no período transcorrido entre 2 de Junho e 30 de Setembro de 2008. Todos os dias, em vários instantes, chorava em qualquer lugar que me encontrasse: na via pública, estabelecimento comercial ou noutro sítio fora do lar. E todas as manhãs, ao levantar-me dizia a mim mesmo: Brasilino, tu hoje não vais chorar!
Qual, quê… Como acontece com algumas funções do organismo, como respirar, não conseguia evitar e conter as lágrimas nas mais diversas circunstâncias de tempo e de espaço que ocupava. Uma condição pessoal muitas vezes embaraçosa, que se manteve até ao dia 30 de Setembro de 2008.
No dia 01 de Outubro já não chorei. Daí para cá e nesse específico capítulo, mantenho completo domínio da situação. Desenvolvi uma luta pertinaz, contando só com o esforço e capacidade das minhas faculdades de alma. Mas venci!
Se o leitor estiver disposto a acolher a ideia: considere que tal minha árdua luta terá sido mais um exemplo de tenacidade e de que nunca devemos abdicar dos nossos propósitos e genuínos interesses.
Concluo:
ELA, QUERIDA LUÍSA MARIA ALBERNAZ TÁPIA GODINHO, PARA SEMPRE NO PENSAMENTO DE BRASILINO GODINHO!
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