BRASILINO GODINHO
CARACTERÍSTICA DISTINTIVA
SEMPRE EM ALERTA E ACTIVO
01 de Junho de 2021
Na adolescência fui escuteiro tomarense com o totem de “Leopardo Activo”. Decerto que dessa caracterização felina conservei traços que me dão alento, algum vigor operativo, capacidade de resistência e determinante afrontamento a quantos rostos pálidos de má índole intentam, de vez em quando, pisarem-me os calos e, ainda, factor não despiciendo, proporcionam uma relativa segurança na minha vivência quotidiana.
E se titulo esta crónica remetendo o leitor para a distintiva característica que “todo o mundo” me reconhece possuidor, hei por ajustado vir publicamente apontar alguns passos de uma tão longa caminhada efectuada ao compasso de um tempo que se conta por noventa anos.
Passos esses que reputo suficientes para elucidar o público quanto de expressiva, pedagógica, vária e pragmática ela, invulgar jornada de um cidadão português, natural de Tomar e naturalizado aveirense, se constituiu como imagem de marca brasiliana e parte integrante do Património Imaterial de Portugal.
Inicio o simples apontamento por assinalar que fiz os cursos primário e secundário (técnico) com bom aproveitamento escolar. Iniciei vida profissional aos dezoito anos como desenhador de construção civil e a partir de Maio de 1954 ingressei na Função Pública, em Ponta Delgada, Açores, na categoria de desenhador do quadro da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização.
No dia 08 de Junho de 1957, constitui família, casando no Santuário de Fátima com uma linda jovem, Luísa Maria Albernaz Tápia e criei dois filhos a quem dei formação de Engenharia Civil, na UP, com todos os respectivos encargos inteiramente à minha custa; aplicando os parcos vencimentos oficiais e os honorários que ia cobrando da minha actidade de projectista de engenharia rodoviária e de infra-estuturas urbanísticas; a qual, vinha exercendo desde o ano 1957 – note-se que sem ter frequentado qualquer instituto médio ou faculdade de Engenharia; mas tendo suprido a falha com apurado estudo autodidáctico e trabalhado com Engenheiros de elevada craveira técnico/profissional: Rui Gonçalves Lisboa, Mário Ulisses da Costa Valente e Egas de Fontes Pereira de Melo Monteiro de Barros.
A partir de Fevereiro de 1963, fixado em Aveiro, passei a desempenhar a função oficial de Topógrafo de 1.ª Classe e dois anos após as de Topógrafo-Chefe. No ano de 1980 cessou meu vínculo à função pública.
A prática de engenharia rodoviária prolongou-se até à década dos anos noventa. No princípio do mês de Abril de 1983 criei a firma TAPIA GODINHO – ESTUDOS E PROJECTOS DE ENGENHARIA, LDA a qual foi dirigida por mim durante os sete anos da sua existência e com registo de dezenas de obras projectadas e concretizadas em várias cidades e vilas de Portugal.
Seguiu-se um período de sete anos a exercer a gerência técnica de uma firma de empreendimentos urbanísticos na Praia da Vagueira, precedendo minha intervenção decisiva na criação urbanística da Praia da Vagueira em conjunção de vontades com ex-presidente Albino Pinto e ex-vereador Gualdino Costa, da Câmara Municipal de Vagos.
Aos 77 anos de idade (ano de 2008) entrei na Universidade como caloiro universitário.
Com 81 anos licenciei-me em Línguas, Literaturas e Culturas (Português/Espanhol).
Tinha 82 anos quando me foi atribuído o Diploma de Estudos Avançados em Estudos Culturais.
Adquiri o Doutoramento em Estudos Culturais com 85 anos, no dia 05 de Junho de 2017. Diploma e Doutoramento alcançados através de cursos ministrados pelas Universidades de Aveiro e do Minho.
Licenciatura, Diploma e Doutoramento, conseguidos sem quaisquer equivalências, mas, sublinho, com frequências assíduas e exames de todas as unidades curriculares; um exercício de elevado patamar de aproveitamento como reconheceram altos dirigentes universitários – tendo mesmo o ex-Magnífico Reitor Manuel Assunção classificado o Doutor Brasilino Godinho como um dos melhores alunos dos cursos que frequentou – aqui, mais uma deslumbrante(…) achega para certa gente me acusar de vaidoso e proclamar que devia ser modesto.
Só que, no caso em apreço, a modéstia não atingia o alvo pretendido: de o meu percurso de vida ser exemplo e incentivo para as novas gerações. E para atingir esse objectivo dever ser amplamente divulgado.
E se querem saber: permito-me estar nas tintas para com as maledicências e juízos blasfemos dos meus detractores e “amigos da onça”.
Quer em fins de 2012 e durante 2013, quer em 2017 e 2018, andei numa roda-viva orbitando em redor ou mesmo havendo-me envolvido em intervenções no miolo de tudo que eram espaços: jornalísticos, radiofónicos e televisivos de Portugal, de alguns brasileiros, moçambicano em Maputo e um ou outro europeu abrangido pela TV Record. O que ocorreu sem qualquer desfalecimento do idoso Brasilino Godinho.
Agora, com 90 anos, no p. f. dia 19 de Junho, lançarei uma obra de dois volumes: APONTAMENTOS BRASILIANOS.
Mais anoto quo mantenho diária actividade de cronista. Durante anos mantive às terças-feiras uma página de opinião no “Diário de Aveiro”. Geralmente publico as crónicas em alguns sítios e remeto-as para os meus 1200 contactos. Outrossim, administro com apego quotidiano o Grupo AUA-AMIGOS, UNIVERSIDADE, AVEIRO, inserido no Facebook.
E por mencionar as produções literárias e correspondendo a um reparo que de vez em quando me é lançado à queima-roupa, devo satisfazer a curiosidade de tais interlocutores, aqui mesmo sem ambiguidades, sem reticências e sem faltar com os termos apropriados. Nunca peça escrita por Brasilino Godinho, foi acolhida num diário nacional. Tenho a sensação de que temem que as crónicas brasilianas incendeiam as redacções ou nestes dois últimos anos, sejam portadoras de perigosos vírus que alternem perigosidade com os da Pandemia Covid-19…
Também, se calhar, receiam que a leitura das minhas peças escritas lhes provoque indigestão ou pior do que isso os chefes e directores quedarem-se paralisados, nos seus postos de trabalho, pelo medo e possuídos de aflição, sob a sombria perspeciva de serem violentamente “pranchados” pelos tais fraternos “bons cidadãos” persistentemente vigilantes, interventivos, controladores, inclementes, vingativos.
Todavia, cheguei na adolescência a escrever pequenas notas de reportagem para a “Secção Alerta”, do jornal Novidades; por escassas ocasiões no semanário “Tal & Qual” e integrei o quadro de colaboradores do quinzenário “Urbanismo & Construção” que se publicava na Amadora.
Fim
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