UM TEXTO SEM TABUS…

Brasilino Godinho

05/Fevereiro/2021

 

“MUDAM-SE AS MOSCAS

MAS A TRAMPA É A MESMA”

 

Um dos “cavalos de batalha” enredados na textura de bastantes crónicas, de minha autoria, sobre a politicagem exercida em Portugal, é o de assinalar que na Partidocracia que nos desgoverna com todas as arrogâncias, alegrias, satisfações, despudores e corrupções parlamentares e governamentais, não há anjos virtuosos que marquem diferenças ou objectivas divergências, relativamente aos demónios que na dita, cuja, falsa Democracia, se contemplam com embevecimento, hipocrisia e escandaloso aproveitamento.

 

Com esta crónica e mais uma vez, faço demonstração aos leitores da gritante e inquestionável razão que me assiste.

 

Menciono que, nos últimos tempos, muito se reclamou quando se criou o Regimento de Infantaria Governamental constituído por 70 oficiais de várias patentes, membros do PS, designados ministros e secretários de Estado e se foi acusando o comandante supremo, de apelido Costa, de ter exagerado no número de elementos operacionais configurado num corpo de exército de nítida matriz familiar.

 

Antes de há meses o PS ter perdido as açorianas eleições regionais frequentemente se acusava Carlos César - que foi largos anos Chefe do Governo Regional dos Açores - de haver distribuído larga profusão de tachos, bem remunerados, por numerosos membros da sua família.

 

Hoje, chega-me a notícia de que «o novo governo da Região Autónoma dos Açores, fruto de um acordo entre os partidos da direita, é maior e mais dispendioso que o anterior executivo socialista. Para além disso, atrás de José Manuel Bolieiro está também uma “complexa teia de nomeações de familiares”, avança o ‘Expresso».

 

Face ao exposto, limito-me a fazer três observações:

- cabe-me ensejo e oportunidade para anotar o acerto das avaliações que faço sobre: a escandalosa mediocridade, a notória incompetência, o exacerbado sectarismo e a desavergonhada incoerência, da esmagadora maioria dos membros da classe política dominante em Portugal;

- Uns, outros e aqueloutros, são como moscas que mudam de lugar; mas a trampa não muda, é sempre a mesma;

- Afinal, é tudo conspurcada farinha do mesmo saco; por sinal, muito mal cheiroso.