NESTE DIA
Há 1 ano
A MINHA CELEBRAÇÃO DE NATAL
IR AO ENCONTRO DE EU MESMO
TOMO XV
COM EMOÇÃO E DELEITE
PERCORRENDO OS ESCANINHOS DA IDADE ADULTA
CASO ÚNICO EM PORTUGAL? TALVEZ!
DECERTO, FAÇANHA NÃO REPETITIVA
Como acontecimento relevante na minha vida profissional de projectista de vias rodoviárias os primeiros meses de posse no lugar de desenhador de 1.ª classe, dos Serviços Técnicos de Fomento, da Junta Distrital de Aveiro, têm lugar de destaque no respectivo historial, por corresponderem a algo inusitado na administração pública e também invulgar na esfera pessoal de qualquer indivíduo que exerça a profissão de engenheiro.
Devo explicar porquê é expressa tão categórica afirmação.
A Junta Distrital de Aveiro, em 1962, deliberou criar os Serviços Técnicos de Fomento com a finalidade de eles prestarem assistência Técnica aos municípios do distrito aveirense. E logo abriu concurso para o preenchimento do lugar de engenheiro-chefe. Preenchido o lugar, abriu concursos para topógrafo de 1.ª classe e desenhador de 1.ª classe.
Concorri aos dois lugares. A Junta Distrital deu provimento ao lugar de desenhador de 1.ª Classe na minha pessoa, ficando na expectativa do desempenho do nomeado na qualidade de topógrafo, assim a modos de com um cajadada matar dois coelhos…
E aconteceu que logo no dia seguinte à posse Brasilino Godinho acompanha o engenheiro-chefe no reconhecimento do local onde se iniciaria o projecto da estrada municipal entre Albergaria-a-Velha e a aldeia do Fial, com prévia passagem pela Câmara Municipal, para se solicitar a disponibilidade de dois cantoneiros: porta-mira e ajudante.
Uma vez no local e o engenheiro conhecedor do meu currículo “despeja” o Godinho e os dois cantoneiros, dizendo-lhe que pode iniciar o trabalho porque ele tinha que voltar a Aveiro.
Desta expedita forma, Brasilino Godinho, à semelhança do seu arranque profissional de projectista responsabilizado de vias rodoviárias, nos idos anos cinquenta em Fátima, iniciava os trabalhos de campo da mencionada estrada municipal no concelho de Albergaria-a-Velha, como funcionário dos Serviços Técnicos de Fomento.
Decorrido um mês o engenheiro-chefe transferiu-se para outro emprego e o Brasilino Godinho passou a ser o único membro do quadro dos Serviços Técnicos de Fomento.
A elaboração do projecto da E. M., com sete quilómetros de extensão, demorou sete meses. Toda a elaboração do projecto foi da inteira responsabilidade de Brasilino da Costa Godinho. “Fui pau para toda a obra”.
Traduzindo por miúdos, fui: engenheiro, topógrafo, desenhador, medidor/orçamentista, dactilógrafo, operador de cópias heliográficas, encadernador dos exemplares do projecto, telefonista, relações públicas.
Projecto entregue; projecto aprovado, sem emendas, pela Direcção Geral dos Serviços de Urbanização – entidade que, ao tempo, tinha a incumbência de analisar os projectos com vista à obtenção das comparticipações monetárias do Estado para realização das obras municipais.
Como registo da grande responsabilidade assumida pelos projectistas de obras públicas, a indicação de que as obras só eram comparticipadas se providas de projectos válidos pela sua qualidade e apuro técnico.
A Junta Distrital de Aveiro reconhecendo o esforço, a dedicação e a competência demonstrada com total dispensa de orientação e apoio logístico de quem quer que fosse, deliberou conceder-me um louvor exarado em acta de sessão de que perdi indicação.
Um ano após ter entrado no quadro dos Serviços Técnico de Fomento, precedendo concurso público, ascendi a topógrafo de 1.ª classe e dois anos depois a topógrafo-chefe – o topo da carreira de topógrafo.
Mais anoto que:
- Em plena era da Informática e neste século XXI, a elaboração de projectos de vias rodoviárias está muito facilitada; eles são elaborados com maior rapidez, menos técnicos intervenientes e com menores custos de execução.
- não só pela singularidade da actuação de Brasilino Godinho, mas também pela evolução da técnica informática, decerto que a sobredita façanha jamais será repetida.
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