Há 1 ano
NÃO É FENÓMENO DO ENTRONCAMENTO
MAS É FENÓMENO DE ÂMBITO NACIONAL
01. Por falar de fenómenos dou-me conta de que os do Entroncamento foi um ar que lhes deu. Desde 1974, ano da Revolução dos Cravos, que nunca mais se falou dos fenómenos do Entroncamento. Porquê? Terão mesmo acabado? Que sumiço lhes deu?
Admito que não tenham resistido à grande concorrência dos fenómenos que, após 25 de Abril de 1974, têm ocorrido, numa sucessão tão persistente que causa vertigens no mais desprevenido cidadão.
Porém, todos quantos indígenas estejam atentos às coisas e loisas reais e abstractas que se lhes deparam na correnteza dos dias, já se habituaram à forçada convivência com os fenómenos vários que têm surgido nas duas décadas deste século, em Portugal.
E quando alguns mais inusitados surgem, são absorvidos pela rotina e não lhes é dispensada grande atenção.
02. Todavia, sobressaindo dessa letargia há um fenómeno que, mantendo-se latente, tem continuados períodos de desenvolvimento, principalmente neste século.
Quero referir-me à avassaladora onda de mentirosos que se expandiu de lés-a-lés por todo Portugal.
Eles são tantos, de variadas espécies e múltiplas cores, que se disso tivessem necessidade, bem poderiam formar uma fraternidade de orgulho mentireiro, com dispensa de se acomodarem a um secretismo típico das fraternidades maçónicas…
E não precisariam de recorrer a secretismos porque estão habituados a servirem-se da mentira às claras, com exuberância e o maior descaro. Quase sempre, com largos proventos pessoais e de grupos vários.
Assinale-se que os mentirosos estão infiltrados em todos os sectores da sociedade portuguesa: político, administração pública, comunicação social, ensino, judicial, forças armadas, religioso, desportivo. E neles desfrutam de preponderância operacional e grande influência no domínio das orientações e programações de actividades.
03. As mentiras são de variegadas naturezas e de diversos formatos. Dir-se-á que enquadradas com a caracterização do sector em que se produzem e as circunstâncias que lhes proporcionam ocorrência.
Actualmente, a mentira atingiu tão eficaz ponto de convergência fática e temporal no alcance de benefícios do mentiroso compulsivo que, para ele, essa sua específica condição/especialização associada à posse de uma licenciatura arrelvada, socrática ou barreirasduarte, constitui a melhor e recomendada credencial para ser nomeado chefe de partido, primeiro-ministro, ministro, deputado, presidente de autarquia, vereador, e assegurar nomeação de chefe de gabinete secretário, assessor e especialista de 1.ª classe, num qualquer ministério de governos que tendem a ser preenchidos com mais ministérios; visto que é sentida a necessidade de criar empregos para a numerosa clientela que se apresenta tão bem creditada com a magnífica(…) classificação de falsidade e de irresponsável mentir.
04. E acrescento ao triste rol de desventuras correlacionadas com a Mentira prevalente, a oportuna referência a um caso ilustrativo do que está exposto nos precedentes.
O deputado João Almeida, em data não muito distanciada, informou os eleitores de que os políticos mentem e a isso estão obrigados pelo povo (e neste ponto, já exposta uma refinada, muito atrevida, mentira).
Há dois dias, deputado João Almeida, anunciou que se candidatava à chefia do Partido CDS/PP.
De registar que sendo político e mentiroso - a que está conectada a característica que atribuiu aos políticos e que no meio político foi aceite, sem qualquer contestação – provavelmente vai ser eleito, mercê dessa apropriada e benquista(…) condição de inata tendência, e de usual e profícua prática de mentireiro; que até não teve rebuço em o afirmar publicamente.
05. Enfim, Portugal sendo um reino de bicharada, em que dele há conveniência e imperiosa precaução de sanitário afastamento e nele, também, ser manifesta a necessidade de apurado e persistente recurso à higiene mental; é, outrossim, detestável espaço cénico onde se expõe sem peias morais e éticas - e desenvolve - a malsã arte da hipocrisia, da falsidade e da mentira.
06. Igualmente, haja consciência de que, neste nosso malfadado tempo, sobressai a propalada mentira de em Portugal estar em prática a Democracia.
A Democracia não existe num país - Portugal - em que a Mentira é activa, prepotente e soberana; sobrepondo-se a tudo que é legítimo, orgânico, harmonioso, moral, ético, deontológico e bem-comum. Por formas e obscenos atrevimentos altamente lesivos dos superiores interesses da Nação.
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