BRASILINO GODINHO
258. Apontamento
0 9/Agosto/2019
NÃO É ESCÂNDALO
MAS ESCANDALIZA
E DE QUE MANEIRA
01. NÃO É ESCÂNDALO Pela triste razão de que estamos habituados a
muitas desgraceiras, maldades e maus costumes, quase todos os dias e a um generalizado
estado de coisas que é vergonhoso, bastante indecente e que não devia ser
tolerado.
Temos escrito que em
Portugal, de facto, está estabelecida uma divisão de classes, com o seguinte
escalonamento: cidadãos de classe excepcional, cidadãos de 1.ª classe; cidadãos
de 2.ª classe e cidadãos de 3.ª classe. De referir que os apregoados “bons
cidadãos”, das maçonarias, se incluem na classe dos cidadãos de classe excepcional.
No mesmo selectivo grupo estão incluídos os devotos das capelinhas da Opus Dei.
Daí que os excepcionais portugueses admitam e se prevaleçam do sentimento de
que os restantes indígenas portugueses são os infiéis e profanos que é mister
hostilizar; pois que merecedores de transitarem para as profundezas dos abismos
de todas as privações e malquerenças.
Agora, tivemos mais uma
confirmação desta execrável realidade emblemática da Partidocracia de refugo
que nos desgoverna com acinte, malvadeza e activa rejeição dos valores éticos,
princípios morais e normativos democráticos. Sintetizando: toda uma estrutura
político-administrativa assente no desprezo ou fingimento de ignorância da
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Da Constituição da República
Portuguesa, nem vale a pena mencionar, dado que é um texto que releva de grande
hipocrisia e de ser instrumento de criação e consolidação do regime de
Partidocracia, que tão danoso tem sido para a nação portuguesa. Outrossim, de
base institucional da comunidade dos excepcionais cidadãos que de Portugal
fazem uso e auferem proventos como se o país fosse uma quinta – deles!
02. Ontem, houve notícia de
que os juízes foram contemplados com mais 700 euros nos seus vencimentos. Pelo
visto e subentendido, o governo considerou que, cidadãos de classe excepcional,
ganhavam pouco e pouco produtiva seria a Justiça. Havia que incentivar os
produtores, supostamente em benefício da colheita (a produzida justiça).
Também fica entendido que todos
os outros cidadãos das várias classes não precisam de ser incentivados por
serem tidos como passivas “bestas de múltiplas cargas” que tudo aguentam, além
de que ganham muito, ou o suficiente, que lhes possibilita a satisfação de
serem os pobres mais pobres da Europa, com a sofisticada excepção dos
portugueses de 1.ª classe - o que lhes faculta a incrível bem-aventurança de
viverem paredes-meias com os ricos mais ricos da Europa…
O Governo, que,
habitualmente, se revê neste tétrico quadro, e depois das suas ministeriais
figuras limparem as mãos nas paredes dos ministérios, deveria tirar proveito
publicitário da sua desgovernação e empreender consequente acção promocional do
turismo. Ou seja: a colocação de grandes painéis nos aeroportos e fronteiras
com os seguintes dizeres: BEM-VINDO A PORTUGAL! CONHEÇA O PAÍS DOS POBRES MAIS
POBRES E NUMEROSOS DA EUROPA E O PAÍS DOS RICOS MAIS RICOS DA EUROPA!
Repetimos: Este, o esplendor
da PARTIDOCRACIA de refugo que temos.
03. E ainda há gente que tem o
desplante de dizer que Portugal é uma democracia e onde se faz política. Se
calhar nem sabem o que é DEMOCRACIA. De POLÍTICA é que nem fazem pálida ideia.
Confundem-na com as práticas futebolísticas e com as patéticas e maquiavélicas
paradas das paródias dos carnavais de Ovar, de Torres Vedras, de Loulé. Ou,
máximo logro, com as cenas tristes do teatro/circo a funcionar nos dias úteis
no Palácio de S. Bento. Igualmente, nos últimos tempos, face à novidade, os
eleitores deixando-se enternecer com os diversos conselhos de ministros,
partilhados por pais, mães, maridos, esposas, filhos, filhas, primos, primas, que
se crê serem realizados no decorrer de almoços e jantaradas entre os diversos
aglomerados familiares, com alternância dos respectivos repastos. O chamado
familiar exercício governamental. Versão modernaça da governança socialista
portuguesa.
Tudo isto é triste fado
português. Ou não fosse Portugal um país de analfabetos primários, funcionais e
culturais. Desde os tempos de Garrett, Eça, Quental, Corvo, Martins, Ortigão,
Junqueiro.
04. O que prevalece a bem da ditadura
da PARTIDOCRACIA que, na grande riqueza, da suprema ignorância do povo, tira
exploração e avantajados proveitos.
Sublime regime partidocrata que
na ditadura da maioria absoluta de um partido, tem a sua coroa de glória. E a
plena concretização e festejada consagração do conceito de tripla formulação:
quero, posso, mando. Em Portugal as maiorias absolutas confirmaram a sua
intrínseca natureza autoritária. E as penosas consequências que lhes são
adstritas.
O Zé-Povinho abra os olhos! Não
caia na esparrela da maioria absoluta e da falsa imagem da Democracia; que,
afinal, em Portugal, é abusiva e deplorável máscara carnavalesca da repelente
Partidocracia que, por infelicidade dos portugueses, se exibe nos obscenos
espectáculos do circo político/partidário.
Maioria absoluta é sempre uma
ditadura. Por sinal, nunca por nunca poderá ser configurada numa DEMOCRACIA.
Quem disser o contrário mente! E pratica desonestidade intelectual.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal