Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, agosto 04, 2019

BRASILINO GODINHO
257. Apontamento
04/Agosto/2019


SE EM PORTUGAL AS DESGRAÇAS SÃO MUITAS
NEM SE ESTRANHA QUE A LÍNGUA NÃO ESCAPE

Para além dos fazedores e adeptos do (des)Acordo Ortográfico de 1990 empenhados em mostrarem que o Português é língua viva e por isso deve incorporar os termos de calão e de linguajar inexpressivo e analfabético que vão surgindo no dia-a-dia, agora parece que as gentes das televisões também estão enredadas na vertigem dos disparates consagrados pelo referido desacordado instrumento ortográfico.
Por exemplo: circulam por aí termos como: time, derby. bué, tchau ou chau, que substituíram: desafio, jogo; muito, em grande quantidade; adeus, até logo.
Agora, deu-se mais um insólito passo na demonstração (sugerida pelos intelectuais apologistas do A. O. de 1990) de que a língua portuguesa está tal e qual como a sardinha, quando, pelos pescadores, é entregue na lota: vivíssima! Mas em trânsito para a morte.
Pois tome-se nota de que por gente das televisões já se iniciou o padrão linguístico/semântico, de primeira apanha modernaça, concernente ao envio de saudações no formato de “comprimentos”, endereçados a indiferenciadas pessoas e espectadores.
Lá vão à vela os cumprimentos…
Aguarda-se com enorme interesse que, brevemente, se passem a enviar larguras e alturas.
Por infelicidade, neste país há gente que rejubila com o léxico obsceno, disparatado e sem sentido, incorporado no famigerado desacordo de 1990 e no Dicionário da Língua Portuguesa elaborado sob a orientação de Malaca Casteleiro.
Como se isso não bastasse também há indivíduos que não se enfadam de ouvir, todos os dias úteis, expressões que parecem descabidas ladainhas monocórdicas tipo do “Até amanhã se Deus quiser” e “Agarre sempre o lado positivo da sua vida para que tudo lhe pareça mais fácil”. (Assim, a modos de considerar que mais do que ser, importa parecer – o que releva da generalizada hipocrisia e da grande impostura existentes na sociedade portuguesa. Ou como admitir irracionalmente que a vida do ser humano tenha de ser, forçosamente, pautada pela facilidade e pela superficialidade).
Reforçando o predomínio do absurdo, agora introduziu-se uma expressão de um novo conceito – decerto, predestinado a ser agarrado pelo festejado lado positivo de cada pessoa (seja ele qual for) e para que tudo a ela lhe pareça mais fácil e ajustado a um cordial formalismo de relacionamento entre criaturas habituadas a ver e… ouvir quais sábias(?) e extravagantes, falas dos agentes televisivos.  
Vaticina-se que os “comprimentos” venham para ficar, tal como sucedeu com os Toyotas vendidos pelo Salvador Caetano… A breve-prazo, graciosamente irmanados com as inevitáveis larguras e alturas…
Para já, “comprimentos” em conjunção com os importunos chaus do “Até amanhã se Deus quiser”. 
Língua Portuguesa sofre… Quem lhe acode!
Cidadãos atentos, independentes, responsáveis e íntegros, também sofrem… Mas resistem! Embora conscientes de que, de certa maneira, se assemelham a Dom Quixote de La Mancha, abnegado cavaleiro que, com intrepidez, combatia os monstros que encarnam a maldade terrena.