O DIFÍCIL RELACIONAMENTO
COM AS AVES DE ARRIBAÇÃO
Brasilino Godinho
01. Está posto à consideração dos
portugueses ou pelo menos aos políticos e a quantos viajam de avião um grave
problema: como nos havemos de relacionar com as aves.
02. Há anos também tivemos uma
gravíssima situação gerada com os coelhos de cor rosa e cor de laranja. Estes
últimos até se intrometeram no ensino universitário, em que no verão ensaiam
formulações de aprendizagem amadora vagamente aparentada com a índole académica.
É toda uma actividade do faz-de-conta e de introdução aos famosos cursos de
licenciatura tipo arrelvado.
Ainda por aterradora prática de
austeridade desencadeada pelos coelhos da mesma coloração alaranjada, tivemos
que enfrentar violências tais que provocaram grandes devastações no tecido
social; tendo causado morticínio na faixa etária da terceira idade, de que não
se elaborou apuramento estatístico.
03. Da parte coelhal de cor rósea
tivemos o episódio da queda da Ponte de Entre-os Rios, em que a culpa acabou
por morrer não solteira, mas viúva. E a terrível ameaça: “Quem se meter com o
PS, leva!” Para a posterioridade ficou a ideia de que quando isso acontece a
criatura ameaçada levará um arraial de pancadaria. Também, a implícita
prevenção: Não percam tempo: ponham as barbas de molho. Todavia, ainda hoje
persiste o mistério sobre o que farão os putativos agredidos se não tiverem
barbas…
04. O problema dos embates dos
aviões com as aves cada vez mais assume gravidade e constitui preocupação para
os reguladores dos tráfegos aéreos.
Trata-se de uma questão difícil,
complexa, exigente, a exigir acções concretas de prevenção e de actuações de
emergência quando há riscos ou ocorrências de afrontamento entre os objectos
(avião e aves) voadores em rotas de colisão.
05. Como se esta infernalidade
não fosse suficiente para desesperar o pacato cidadão, surgiu agora em Lisboa
uma espécie rara de pardal, qual pardalão, que pôs em alvoroço todo o país.
E por aí tivemos despertos os
conflitos entre acompanhantes do pardal, governantes, patrões de várias
nomenclaturas, polícias, gasolineiras e os mexilhões do costume que são sempre
acometidos por todas as aves de arribação que actuam nos teatros de operações.
Desde logo avultou o problema dos
embates entre as várias aves conflituosas que cada vez mais foi assumindo
gravidade e constituiu preocupação para os reguladores dos tráfegos terrestres
– tal como se descreveu no ponto 04.
Trata-se de uma questão difícil,
complexa, exigente, a exigir acções concretas de prevenção e de actuações de
emergência, quando há riscos ou ocorrências de afrontamentos entre as aves, os
objectos e móveis envolvidos em rotas de colisão.
Nesta situação: o factor pardal
parece ser a alma danada de todo o imbróglio – visto que é ave aparentemente
não domesticada…e, manifestamente, desconhecedora de elementares regras de
etiqueta social.
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