BRASILINO GODINHO
254. Apontamento
23/Julho/2019
RELEMBRANDO DOIS CHISTES PAULISTANOS
Inúmeros brasileiros estão
fixados em Portugal. Em grande número frequentam as nossas universidades.
Julgo que, na sua maioria, poucos
conhecem facetas sociopolíticas da História do Brasil. Algumas delas com seu
quê de jocoso e demonstrativas do espírito criativo, alegre e humorístico, do
povo brasileiro.
Há instantes, lembrei-me de
Ademar de Barros que foi prefeito da cidade de São Paulo e Governador do Estado
de São Paulo, durante intercalados mandatos, nas décadas dos anos cinquenta e
sessenta do século XX; precedendo um período de Interventor estatal no Estado
de São Paulo em tempo de vigência do Estado Novo concebido, implantado e
dirigido por Getúlio Vargas.
Ademar de Barros era detentor da
Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, com que fora agraciado pela
Presidência da República Portuguesa, a 19 de Julho de 1962.
E relativo a Ademar de Barros ocorreram
dois episódios que ficaram indelevelmente marcados no historial da sua vivência
como governante e político de notável envergadura; os quais trago ao
conhecimento ou à recordação dos meus amigos brasileiros residentes em Portugal
e aqueloutros dispersos pelo Brasil.
Mas antes de os descrever,
importa referir que Ademar de Barros, nos meados do século XX, foi grande
impulsionador do extraordinário progresso da cidade de São Paulo e do
impressionante desenvolvimento do Estado de São Paulo. Uma actuação ímpar do
governante estadual Ademar de Barros, que só teve paralelo a nível do governo
central pela que foi exercida pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek de
Oliveira (mandato de 1956-1961) – o imortal criador da capital Brasília.
Retornando ao tema que me propus
tratar neste Apontamento.
No decurso de uma campanha
eleitoral Ademar de Barros foi alvo de acusações de se apropriar de dinheiros
públicos por parte dos seus opositores políticos. O pessoal de direcção da
campanha eleitoral de Ademar de Barros pegou na deixa e dela fez slogan:
“ADEMAR “ROUBA”, MAS FAZ!”. A campanha foi um êxito e Ademar de Barros ganhou a
eleição.
Noutra campanha eleitoral, Ademar
de Barros, discursava num comício e às tantas, depois de negar as acusações de
se locupletar com fundos públicos, bate a mão num bolso das
calças e exclama: “NESTE BOLSO NUNCA ENTROU DINHEIRO DO POVO!
Reacção imediata de um assistente
anónimo, em alta gritaria: OLHAI GENTE! ADEMAR TEM CALÇA NOVA!
Houve risada geral. E a cáustica
expressão ficou para sempre colada à imagem de Ademar de Barros.
De mencionar que Ademar de Barros
nunca foi condenado e nem provadas as acusações que lhe eram feitas pelos
adversários políticos. Se bem me lembro por duas vezes os tribunais o ilibaram
dos delitos que lhe eram assacados.
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