BRASILINO GODINHO
227. APONTAMENTO
12 de Maio de 2019
OS TRÊS GRANDES CAVALEIROS
DO
LUSO APOCALIPSE FINANCEIRO.
Decerto que Portugal - sendo um país que cada vez mais se vem
credenciando como um território onde proliferam as soberbas artes da corrupção,
da vigarice e do faz-de-conta que é um Estado de Direito e que dessa exuberante
prerrogativa está bem compenetrado - tem bastante gente que se compraz desse
estádio avançado de qualificação sociocultural do Estado e da sociedade
portuguesa e da paradigmática afirmação e vetusta fortaleza da sua
desconformidade política e estruturada atrofia administrativa.
Em conformidade, tal conjunto de pessoas sentirão apreço pela tradição
que se vem radicando de os grandes burlões serem bem acolhidos e respeitados,
sobretudo pelos poderes públicos; como se viu agora na Assembleia da República
com a recepção a Joe Berardo.
Daí, que não obstante esse interessante(…) posicionamento das
autoridades face à atraente prática da burla, se note a falta de ainda não se
ter feito a consagração nacional aos três cavaleiros do luso apocalipse
financeiro, que com boa vontade e admiração devem ser considerados heróis
nacionais da vigarice emblemática de Portugal.
Pois, para já e antes que esqueça, conste que Alves dos Reis, Ricardo
Salgado e Joe Berardo, são três figuras cimeiras da difícil arte da burla e
nessa condição têm jus a reconhecimento oficial e a receberem alta condecoração
da Ordem de Mérito, das mãos do Chefe do Estado (Alves dos Reis – condecoração
a título póstumo).
Alves dos Reis é, geralmente considerado, o maior burlão da História.
Muito conhecido no estrangeiro, nos anos vinte esteve prestes a tornar-se dono
do Banco de Portugal. Foi um génio das vigarices e bastantes produziu com
engenho e arte.
Ricardo Salgado, foi um exímio prestidigitador de negócios sombrios e
que deixaram às escuras do infortúnio e da desgraça os designados espoliados do
BES.
Joe Berardo, houve-se actuando como especialista competente e mestre invulgar
em confundir e, provavelmente, hipnotizar banqueiros, levando-os à glória da
banca, com a exemplar concessão de financiamento de milhões de euros a um Joe
Berardo, que não ele próprio e de que nem se sente devedor à instituição
bancária.
Nele, agora, no Palácio de S. Bento, se evidenciou a faceta de um
grande actor. Todo o mundo lusófilo ficou estupefacto.
(Em próximo Apontamento analisaremos o actor Joe Berardo).
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