Ministro Calvão da Silva,
devoto de um Deus pouco
recomendável…
Calvão da Silva dá lição e explica: As cheias em
Albufeira foram uma lição de vida.
O Viana mostrou que apreendeu a lição de vida a que
me refiro…
Brasilino Godinho
03 de Novembro de 2015
Se bem recordo o que me ensinaram nos tempos de catequese na igreja
matriz de S. João Baptista, da minha terra natal e melhor julgo o que será a
crença dos católicos, sempre se admitiu que Deus era misericordioso.
Ontem, o ministro de aviário da dupla coelhal/paulina, Calvão da Silva,
durante uma visita a Albufeira, veio negar essa divina condição do Supremo
Criador, venerado pela Igreja Católica.
Ele disse, a quem o quis ouvir, que “Deus nem sempre é amigo”.
Então, Calvão da Silva sugeriu que umas vezes é amigo da onça, outras é mesmo inimigo. O
que, em termos cautelares, me faz supor que não está sendo considerado o Deus
dos cristãos, mas um Deus com a particularidade de ser afeiçoado a Calvão da
Silva e aos compinchas que com ele assentam jubilosamente à mesa do Orçamento,
ora instalada no Palácio de Belém, ora no Palácio de S. Bento.
Eu há muito tempo que desconfiava que andaria por Lisboa, vagueando, um
qualquer Deus mal-intencionado ou de índole perversa a orientar e (ou) abençoar
os passos do Pedro Coelho e das suas rapaziadas acolhidas no meio ambiente
governamental. Ministro de ocasião malvada, Calvão da Silva, agora, confirma a
minha percepção. E fá-lo em termos eloquentes…
Calvão da Silva acrescentou: “Um
homem de apelido Viana entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva
lugar adequado”. Ministro Calvão da Silva, que tem as tutelas das polícias
de segurança interna, quis insinuar que Viana, com o seu voluntário gesto, terá
agido melhor ao entregar-se a tal Deus, cúmplice da sua ministerial pessoa, do
que se, por distracção ou masoquismo, se tivesse entregado à PSP ou à Guarda
Nacional Republicana que, eventualmente, lhe reservariam um mau e inadequado
lugar…
O ilustre ornamento do actual governo de gestão, de iniciativa cavacal,
autoconvencido da agudeza do seu raciocínio, mais afirmou que: “Cheias em Albufeira foram uma lição de
vida”. Realço: bem apropriada esta inteligente anotação visto que disso era
prova irrefutável o homem de apelido Viana, que ao entregar-se a Deus mui
relacionado com Calvão da Silva, terá apercebido e valorizado a excelente lição
de vida congeminada pela ilustre cabeça pensadora; a qual assenta, como uma
luva de esmerado crochet, sobre o corpanzil da criatura ministerial de última e
malfadada hora.
E Viana com esse voluntarioso gesto magnânimo para com o Deus de Calvão
da Silva deu, com irrefutável certeza do ministro, oportunidade de o Criador
lhe reservar um lugar adequado e, assim, se redimir da inimizade que
demonstrara para com as gentes de Albufeira… Mas, também, da parte do Grande
Arquitecto do Universo, ser proporcionada oportunidade e pretexto ao ocasional
ministro Calvão da Silva de mostrar os seus dotes de grande pensador e doutrinador
apostólico/religioso. Só que uma grave falha se tem de apontar a Calvão: fez
uma deplorável caixinha sobre qual é
o lugar a que terá sido conduzido o Viana e sobre a natureza da adequação.
Tanto mais grave a falta quanto Calvão da Silva demonstra estar bem
relacionado com o seu idolatrado Deus a tal ponto que sabe que ele nem
sempre é amigo. Outrossim, Calvão da Silva, estando ciente da bondade
do seu relacionamento com o Deus da sua peculiar devoção, poderia ter sido mais
objectivo e ter informado o público das subentendidas vezes em que Deus não foi
amigo dos portugueses. Não o tendo feito, fica a ideia de que tal revelação
viria pôr a nu muitos pecados da família política em que se integra Calvão da
Silva.
P. S.
01. Calvão da Silva, em Albufeira, evidenciou
grande aptidão como agente angariador de seguros. Não deixou fugir a
oportunidade de mostrar que, em vez de ser ministro, deveria ser agente de uma
qualquer companhia de seguros, especializada em cobrir sinistros
naturais.
02. A propósito: Enalteça-se mais esta brilhante escolha de Calvão da
Silva por parte de Pedro Passos Coelho. Este, um arvorado chefe político,
possui enorme talento para seleccionar os seus ilustres ministros e os
magníficos adjuntos, especialistas e assessores... por acaso(…) todos de
coloração alaranjada.
Tenha-se presente esta verdade inquestionável: um
bom chefe possui, naturalmente, uma grande capacidade de fazer as melhores
escolhas dos seus colaboradores mais directos.
Tão claro, como água cristalina a jorrar de
nascente serrana…
Relativamente
ao que precede e parafraseando o inesquecível humorista Allôr Fernandes: cada
exemplar é um número e cada número é um exemplar…
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