ELES,
NÃO VÃO AO JARDIM DA CELESTE BUSCAR A ROSA…
VÃO,
SIM, A UM JARDIM DE BELÉM,
REPINTAR
CAVACO A COR LARANJA
Brasilino Godinho
17 de Novembro de 2015
Bem vistas as coisas e muito conhecidas
as apetências e as carências da criatura presidencial, nem seria necessária a
repintura de sua excelência.
As idas, as sessões de pose, de trocas
e baldrocas palavrosas e as vindas, de quantos acorrem ao chamamento de Cavaco,
são perdas de tempo e demonstrações de inoperância, de jactância e de
ostentação parola de uma confrangedora, desaustinada, superabundante,
desautoridade: moral, ética, cívica e política, de tão complexo presidente e
anacrónico ser cavacal.
E os participantes que, subservientes,
acorrem às conversas da treta, na corte presidencial, não ficam bem na
fotografia. É como se fossem queimados em lume brando à lareira palaciana de
Cavaco. Nas imagens gravadas surgem com o deprimente aspecto de chamuscados.
O quadro descrito é reflexo de uma
realidade percepcionada pelo público. Ou seja: nesta altura, a maioria dos
portugueses está ciente de que Aníbal António Cavaco Silva protagoniza uma
obscena farsa política que, nalgumas partes, se confunde com uma paródia
cavaquista de muito mau gosto e de baixíssimo, dir-se-á mesmo, asqueroso nível
artístico.
Todos nos apercebemos que presidente
Cavaco Silva há muito acertou com Passos Coelho a decisão de optar por um
governo de gestão.
Portanto, todo o embuste configurado no
espectáculo folclórico das audiências com representantes de forças vivas, de
entidades semi-mortas e doutras gentes que integram os clãs que rodeiam os
ocupantes dos Palácios de Belém e de S. Bento, é repelente fogo-de-vista para
agradar aos propagandistas de serviço a sua excelência, para entreter os
solícitos comentadores do jornais e televisões e para, agressivamente, iludir
analfabetos primários, funcionais e culturais.
Enquanto Aníbal António Cavaco Silva se
obstina em contemplar o seu umbigo, a rever-se na sua lastimável vulgaridade e
abismal incultura (de que falava Marcelo Rebelo de Sousa), a vangloriar-se da
sua inércia e a festejar a sua fracassada presidência, o país e milhões de
portugueses é que sofrem as consequências de tamanhos disparates.
Um último reparo: se estamos
confrontados com esta desgraça nacional há que anotar que existe alguém
responsável que tem nome e rosto: Marcelo Rebelo de Sousa! Presidente Cavaco
Silva é um produto marcelino.
Há anos, na Figueira da Foz, levando-o ao colo pelos corredores do casino, pô-lo
na presidência do PSD. Algum tempo depois arrasou-o numa entrevista ao
semanário TAL & QUAL. Então, disse Marcelo Rebelo de Sousa: “(…)
eu disse e repito: a incultura de Cavaco Silva, política e não só, é abismal –
e o seu triunfo foi o da vulgaridade. Vejam lá se algum comentador teve a
coragem de dizer isto…”
Pelo que a seguir se viu, Marcelo
Rebelo de Sousa perdeu a coragem e passou a ter ousadias (de paleio elogioso ou
contemporizador) inauditas - e para si bastante comprometedoras - quanto à
pessoa Cavaco Silva…
É que decorridos mais alguns anos Marcelo
voltou a apaparicá-lo e guindou-o, sucessivamente, a chefe do governo e a
presidente da República. Sempre e na continuidade das charlas televisivos e procedendo
segundo aquele ditado: ‘ao menino e ao
borracho põe Deus a mão por baixo’. E Marcelo, à semelhança de Deus, foi
pondo as mãos por cima e por baixo ao menino
Cavaco.
Tudo isto anotado, como registo
histórico da enorme responsabilidade de Marcelo Rebelo de Sousa pela produção
do acabado objecto político chamado presidente Aníbal António Cavaco Silva.
Relativamente à desgraça nacional que
radica no presidencial Palácio de Belém há, inquestionavelmente, dois
responsáveis em alto grau: o produtor Marcelo Rebelo de Sousa e o produto Aníbal
António Cavaco Silva.
Foto: Mostrando
Marcelo a dar a mão a Cavaco.
Supõe-se que
tenha sido tirada na data (26/5/1995) da entrevista de Marcelo ao Tal &
Qual.
Tendo em conta
a faca que Marcelo tem na mão esquerda, colocada atrás das costas…
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