A TAL ARTE DE MENTIR
ATINGIU INDECENTE
GRAU SUPERLATIVO
Brasilino Godinho
Perguntará
o leitor: Só indecente? Não!
Também
chocante, condenável e aberrante, até, porque qualquer mentira de coelhal
proveniência vai contra a moral, os bons costumes e a dignidade do Estado.
Desacredita a Democracia. E causaria, inevitavelmente, o descrédito da classe
política, se, porventura, a reputação dos políticos dos partidos do arco do
Poder, não já estivesse situada nas ruas da amargura, como é realidade actual.
Por
isso que é muito de conteúdo inaceitável na democracia portuguesa, entenda-se
que nos cumpre a obrigação cívica de insistir na mesma tecla: de facto, em
Portugal, pela boca da coelhal figura, a arte de mentir atingiu um mui elevado,
dramático e obsceno grau.
Ontem,
acabávamos de transmitir através da Internet uma chamada de atenção para o
lançamento da campanha publicitária, desencadeada por Passos Coelho, de venda
da ‘banha de cobra’ e, simultaneamente, recebíamos a notícia da acção
propagandística, específica de vendedor ambulante, que ele acabara de executar
em Aguiar da Beira.
Naquela
vila do distrito da Guarda, Passos Coelho, no decurso duma sessão de
propaganda, subiu ao palanque e servindo-se de microfone fez o enaltecimento da
banha de cobra com que envolveu untuosamente uma esquisita flor da sua especial
devoção; a qual, sendo um específico adorno floral do pomar alaranjado, o traz
(a ele, Coelho) encantado e de cujo embaciado brilho e intragável perfume fez
veemente elogio e sonora recomendação absurda aos circunstantes.
Dias
Loureiro é a flor que pôs a cabeça de Passos Coelho em rodopio alvoroçado.
Trata-se
de um indizível órgão vegetal de reprodução sexuada que, como diz o povo: “é
flor que não se cheira”!
Porquê?
Porque de anatómica formação carnívora tende a alimentar-se de toda a matéria
viva e sonante que lhe passe ao alcance. A sua má presença ou inquietante
vizinhança é uma ameaça para as pessoas que não suportam atentados contra o bom
e salutar ambiente e mais susceptíveis são às alergias causadas pelo insuportável
perfume doentio que irradia daquele ser floral do campo alaranjado.
E
porque assim, em termos verídicos, consta nos meios muito ou pouco informados,
facilmente se chega à conclusão que Passos Coelho, mais uma vez, mentiu
descaradamente. E com escândalo nacional!
Se
a coelhal criatura gosta e muito aprecia a flor Dias Loureiro é uma preferência
dela. E, também, seu proveito de rodear-se das feias peças ornamentais expostas
na sua área doméstico/partidária.
Porém,
a Passos Coelho, não lhe concedemos aceitação e credibilidade ao querer
impingir-nos a banha de cobra com que unta a flor que assim, com tal cosmética,
mais repelente se torna à vista desarmada.
Resta
dizer algo mui objectivo sobre a referida flor, que devemos reter na mente,
dando-lhe a devida desqualificação de ornamento de refugo; ainda que em
contraposição com a grande glória de Passos Coelho que, na circunstância de
Aguiar da Beira, sublinhe-se, atingiu o zénite da sua fantástica carreira de
mentiroso compulsivo.
Pois
o que importa acrescentar é que Dias Loureiro é uma dual expressão - substantiva
e adjectiva - que identifica e qualifica a flor tão querida e idolatrada de
Passos Coelho.
Expressão
tão concreta que dispensa comentários, relatos, significações, testemunhos e
interpretações.
Per
se, a flor Dias Loureiro é Dias Loureiro. Na expressão está tudo nela contido,
formatado, representado e.. evidenciado. Tão simples, quanto isto!
Apresentar
a flor Dias Loureiro untada com banha da cobra, como fez Passos Coelho em
Aguiar da Beira, é mais uma grande mentira de matriz coelhal. Decerto, a mais inexplicável,
atrevida e escandalosa, falácia a sobressair do numeroso rol de mentiras do
grande artista que há nome de Passos Coelho.
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