APONTAMENTO TELEGRÁFICO (5)
DE BRASILINO GODINHO
Ministra Assunção Cristas
distraiu-se das suas funções
Ontem,
dia 25 de Março de 2015, o cidadão eleitor que se atrevesse a procurar a
senhora ministra no seu gabinete, na suposição que ela estava exercendo as suas
funções, batia com o nariz na porta.
Presume-se
que a senhora De Cristas, sentindo-se enjoada no interior da sala onde trabalha
nos intervalos das suas esfuziantes excursões eleitoralistas, terá decidido
ausentar-se e ir tomar ares ao exterior. Ali, à mão de semear, no
Terreiro do Paço? Não!
Sua
excelência foi directa ao Aeroporto da Portela, tomou o primeiro avião para a
Madeira e pouco tempo depois desembarcou no Funchal. Ali, estava-lhe reservada
uma brilhante actuação folclórica numa arruada eleitoral do CDS que pôs
radiantes as hostes dos centristas.
O
jornal Público, na sua edição de hoje, página 9, com fotografia da senhora
governante Cristas, de semblante sorridente (sem dar mostras de enjoo),
mostrando expressão fotogénica da sua ministerial altivez, dá sugestivo relato
de mais uma demonstração inequívoca de como em Portugal, alegremente, se
misturam os tempos das funções oficiais e as participações nas actividades dos
partidos representados no Poder.
Tratando-se
de uma grave deserção ao serviço, ocorre perguntar: Não lhe marcaram falta? A
quem caberá a obrigação de assinalar a falta e o consequente desconto na folha
mensal remuneratória? Sem esquecer que haverá de considerar ser uma falta
injustificada. Também importa averiguar se os custos das viagens (ida e volta)
e da estadia foram por conta do Estado – ou seja: dos contribuintes. O Estado,
igualmente, lhe vai pagar ajudas-de-custo? Subsídios de marcha? Nem seria de
ponderar instaurar-se-lhe um processo disciplinar por abandono do serviço, como
se faz em relação aos funcionários em situações semelhantes?
Os
eleitores, cidadãos, forçados contribuintes, sempre por demais esforçados, têm
o direito de saber.
Para
terminar, uma pergunta indiscreta: A ministra Cristas terá aproveitado as
escapadelas de turismo oficial do grande chefe Passos Coelho ao Japão e do
subchefe Paulo Portas à Tunísia e a Marrocos, para – à socapa - dar o fora até
à Madeira? Os maus exemplos são como a sarna: contagiosos!
Parece
que os cofres das Finanças estão cheios, mas com tantos esbanjamentos dos dinheiros
públicos, com custos de viagens turísticas pela estranja não tardará que voltem
a estar vazios…
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal