NÃO POSSO CALAR A MINHA INDIGNAÇÃO

POIS QUE É INDECENTE E INQUALIFICÁVEL

 

Brasilino Godinho

25/01/2022

 

Um jornal de Lisboa insere este disparate:

“Escalões do IRS corrigidos garantem aumentos nas pensões.”

Que o governo venha ”garantindo” isso não causa espanto; dado que o povo há muito tempo se apercebeu que quando o governante “garante” qualquer coisa é sinal de que não garante coisa nenhuma. Mas que um jornal diário sirva de porta-voz do governo em semana de eleições e pareça agir como câmara de eco, ultrapassa tudo do mais absurdo, inconveniente e mal-intencionado, que se possa conceber em sedes de imprensa e de governação nacional.

Mesmo que os aumentos fossem líquidos – e na maioria dos casos não são - os respectivos valores já estão sendo ultrapassados largamente pelos numerosos aumentos nos impostos indirectos, taxas, coimas, emolumentos, nos custos dos bens essenciais como: preços dos alimentos, dos combustíveis, electricidade, água, telefone, vestuário, cuidados de saúde, medicamentos, transportes, encargos com o ensino, etc.

O que isso traduz?

Respondo: se os cidadãos, até há poucos dias, estavam passando tempos de aflição e de precária sobrevivência, agora - com a repelente falácia dos aumentos para captar adesão de eleitorado acéfalo - ficaram em piores condições e mais abreviados os alinhamentos dos seus caixões, nas morgues dos hospitais, com as urnas funerárias que contém as vítimas mortais da Covid-19; relativamente às quais, verdadeiramente, se desconhece a grandeza de tamanha tragédia.

Aqui e na qualidade de aposentado, bastante maltratado pelo governo, expresso a minha grande indignação. Se outro motivo não tivesse para não participar na farsa das eleições, este seria suficiente para tomar tal atitude de repúdio, face a tanto desaforo e a tanta desumanidade, violência e agressividade que são tidas em sedes de (des)governo e da Assembleia dos repúblicos que se sentam ufanos e com soberba à mesa do ORÇAMENTO, no Palácio de S. Bento.

Uns e outros nomeados pelos clãs partidários e pela secreta fraternidade dos “bons cidadãos”, assíduos frequentadores das “lojas”, quais templos de Salomão; os quais, assim estranhamente penetrados de unção, terão o aval de portugueses que, com displicência, irão meter na urna um rectângulo de papel de habilitação conferida por uma pretensa, inadequada e algo obscena “legalidade democrática”, supostamente praticando um dever cívico; por sinal, como diria um perspicaz açoriano: muitíssimo “mal-amanhado”.

 

Concluindo: urge acabar com farsas, embustes, cinismos, falsidades/hipocrisias, corrupções e, de imediato, encetar um rumo de engrandecimento pátrio e de melhoria das condições de vida do povo português. A EDUCAÇÃO e o ENSINO são factores determinantes para alcançar esse relevante objectivo. Mas os “Donos Disto Tudo” recorrem a todos os meios, incluindo as eleições (tipo “faz-de-conta”) para o bloquearem.

Inquieta-me o futuro de Portugal!

E interrogo-me: até quando se vai manter o rumo de desagregação nacional, empobrecimento da maioria dos cidadãos e colapso da nação portuguesa?