O PORTUGAL MARAVILHOSO APANÁGIO
DO INVULGAR SENHOR CONSEGUIMOS…
Brasilino Godinho
14 de Outubro de 2021
Sem dúvida é malfazeja tradição em Portugal: presidentes da República, chefes de governo, alguns ministros e políticos dos vários partidos, todos os dias consomem tempos de antenas televisivas, a debitar. É uma prática de paleio para convencer e iludir o povo. Quais repulsivas conversas de chacha, tidas na esmagadora maioria dos casos que se multiplicam diariamente e em que os ditos, cujos, em público ou frente-a-frente com solícitos jornalistas, abrem as bocas e - por desacerto/infortúnio malvado - nelas não entram moscas…
Uns e outros, artistas medíocres do circo político, dão a ideia de que não têm mais que fazer do que passearem-se pelo país e estrangeiro e facultarem ocupação e intervenções dos jornalistas que os acompanham a toda a hora e instante.
Ou será que toda essa gente tem contratos de avenças com as televisões? Uma hipótese a não desconsiderar de todo. Tenhamos presente a fama e o mau proveito da corrupção em Portugal. E já se viu que neste território europeu a realidade ultrapassa a ficção ou o que mais inverosímil se poderia imaginar em mentes doentias.
E por referir a antinomia da realidade ultrapassar a ficção direi que, por vezes, a ficção ultrapassa, subverte, desmente ou inverte a realidade. Tal e qual como sucedeu com a palestra do chefe do governo, Dr. António Costa perante o clã socialista, a que me vou referir.
Há poucas horas, estava almoçando pacatamente na minha residência. E enquanto saboreava o almoço tive a companhia televisiva do “habilidoso” governante que, visivelmente entretido, se vangloriava dos excelentes resultados alcançados pelos governos sob sua direcção.
Para meu desassossego espiritual a governativa criatura usou inúmeras vezes a palavra “conseguimos”. O quê? Perguntará o leitor. Imagine… Tudo o que decorre da abrangência de tarefas governamentais. Êxitos, sobre êxitos. Ele disse que Portugal, beneficiando das providências operacionais, cautelares, oportunas e bastante meritórias, tomadas pelos governos sob sua direcção é agora um país em vias de desenvolvimento com futuro promissor; este, se prosseguido pelo seu grémio governamental.
Com tantos fantasiosos “conseguimos” fiquei algo enjoado. Sua excelência fez jus ao epíteto de Senhor Conseguimos pelo qual, a partir de agora, ficará conhecido.
Também fiquei revoltado pela razão de não ter ouvido o Dr. António Costa dizer com sentido afirmativo e expressão da verdade reconhecida em Portugal, na Europa e no Mundo: “conseguimos” erguer Portugal a um elevado patamar! Ele, de indesmentível miséria do povo, de corrupção, de acumulação da dívida, de denegação da Justiça, de esbanjamento dos dinheiros públicos e de incrível agravamento dos custos de vida e da carga fiscal – tudo isto não tem paralelo com o que passa nos países da União Europeia.
Decididamente, o que de irrealista foi evocado no campo socialista do Terreiro do Paço, onde se representa, floresce e se aplaude um estádio português de ficção, não se compagina na gravíssima realidade do meu país: Portugal.
Enfim, apropriadamente, parafraseando a saudação usada no Coliseu de Roma, hemos de exclamar: AVE COSTA, SENHOR CONSEGUIMOS! TODOS NÓS, OS QUE SE ENCAMINHAM PARA O REPOUSO ETERNO NOS JARDINS DAS TABULETAS, TE SAUDAM E AGRADECEM O MAL COM QUE NOS PRESENTEASTES!
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