NESTE DIA
Há 1 ano
07 de Abril de 2020
EU TIVE UM LAMPEJO DE ESPERANÇA!
MAS… DE NADA ME VALEU!
Brasilino Godinho
01. Devo confessar aquilo que afinal é do conhecimento dos leitores mais atentos aos meus textos e informar que nem me interrogo se é pecado, embora julgue que é minha peculiar virtude: sou um grande admirador/venerador do verdadeiro, esplendoroso e belo ornamento da Natureza que costumo de designar por eterno feminino, ele magnificamente configurado na Mulher.
Por isso me é sempre penoso criticar acerbamente uma pessoa do sexo feminino.
Nos últimos meses muito tenho escrito depreciando a actuação da directora-geral de Saúde. Mais do que invectivar a pessoa, os meus reparos incidem sobre a forma como ela vem exercendo as funções inerentes ao elevado cargo oficial. Os leitores talvez venham reparando que nem uma única vez lhe cito o nome, tal e qual como vem sucedendo com os reparos que venho fazendo à ministra da Saúde. Não quero amesquinhar pessoalmente as duas criaturas femininas. Faço a distinção entre as pessoas, os cargos e as infelizes, controversas atitudes. Ponto final, parágrafo!
02. A senhora directora-geral de Saúde no transacto mês de Março, provavelmente em dia de devaneio espiritual, lançou a público uma recomendação que me despertou interesseira atenção, embora contendo a inquietante observação de que procedimento a ter “em última análise”.
Ela disse que: “se for preciso, em última análise, podem sempre recorrer à horta de um amigo”.
Como facilmente se intui relativamente ao indígena cidadão sensível que sou, com créditos firmados neste específico domínio pessoal, fiquei em pulverosa e desde então, mesmo sem sair de casa, pus-me em campo para bem me documentar sobre o número, a localização e a disponibilidade de amigos dispostos a facultarem o acesso às suas hortas e o aprovisionamento de produtos hortícolas por parte do Brasilino Godinho.
Verdade devo comunicar aos meus leitores de que, antecedendo essa ingente tarefa de pesquisa, hei tido momentos de aflição para aperceber a conjuntura, complexidade, quiçá gravidade, conjugadas ou articuladas com a enigmática prevenção “se for preciso”. Não conseguindo chegar a inequívocas conclusões neste crucial ponto de inconformidade com a certeza que se me impunha acolher na minha mente e disposição de melhor me enquadrar na imperativa advertência da senhora directora-geral da Saúde, passei a debruçar-me sobre outra questão suscitada pela mesma senhora, alta funcionária do Estado português; o qual, muito tem de torto…
E não é que me vi em palpos-de-aranha em alcançar dados elucidativos sobre as análises que teriam de ser formuladas precedendo naturalmente a “última análise”, aludida pela citada senhora da alta hierarquia do Estado que temos por sorte malvada…
Todavia, logo que li a imperiosa directiva da referida senhora considerei que implicava um incómodo e algo agressivo abuso de confiança a ideia de, forçosamente, “sempre recorrer à horta de um amigo.”
Pois tenho de reconhecer e anunciar a minha total incapacidade para apreender com sentido científico e hipótese de acerto as tais análises, os seus teores e os termos dos considerandos e das sanitárias conclusões…
Portanto, bastante frustrado, com amargo de boca e alguma tremura na pena com que fui rabiscando os elementos informativos da pesquisa das hortas, feita nas áreas campesinas e urbanas, tenho vindo empenhado em dar cumprimento à recomendação da senhora directora-geral da Saúde.
A rematar tão inglória e absorvente tarefa, é a altura de aqui apresentar sucinto relato sobre o que tem sido tanta trabalheira e o respectivo resultado.
03. A mencionada operação de apuramento estatístico do número de amigos e das hortas disponíveis evidenciou-se por ser bastante frustrante quanto ao objectivo enunciado.
Estive empenhado em coligir nomes e locais das hortas, mas infelizmente depois de coligir alguns nomes de amigos na cidade de Aveiro, onde resido, (para o efeito aventado pela senhora autora da recomendação, não havia interesse em incluir na lista outros fora de portas, inacessíveis a qualquer assalto tipo de raposa a galinheiro¸ mesmo considerando que em transe de aflição me tornava assaltante) cheguei a uma imprevista conclusão: não tenho qualquer amigo na cidade e concelho de Aveiro que possua hortas e a quem eu possa recorrer conforme me foi indicado pela senhora directora-geral.
04. Espero que a senhora que foi tão solícita a apontar-me o caminho das hortas dos meus amigos, me elucide como me irei safar do imbróglio que voluntariamente me criou; quer sua excelência se atenha a uma primeira análise ou se contemple “em última análise” do seu invulgar e impreciso mandato de directora-geral de Saúde…
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal