NESTE DIA
Há 1 ano
Verdade de Senhor De La Palisse: acontecer que as pessoas portuguesas, desde a sua nascença, ficam indelevelmente, para sempre, possuídas do vínculo de ligação ou sentido de pertença à terra onde despertaram para a vida. E por esse elo lhes fica adquirido o estatuto da cidadania traduzido na condição de integrados na Nação/Estado Português. Implicitamente, adquirem direitos e ficam sujeitos a obrigações concernentes à condição de detentores da nacionalidade portuguesa.
Durante séculos existiu em Portugal o culto da História Pátria. Pois que ela se representa como acervo identitário de Portugal e dele ser dada configuração de instrumento de informação e referência, com o alcance dos cidadãos se reverem nas raízes da sua comunidade nacional e aperceberem a valia da herança dos valores e princípios que foram prosseguidos ao longo dos tempos sincrónicos e diacrónicos da existência do País. História também encarada como guião inspirador das novas gerações assegurarem continuidade dignificante a Portugal.
Claro que entre direitos e obrigações dos cidadãos, figuram a conveniência patriótica, a obrigação ética e a imposição cívica, de bem conhecerem a História do país que lhes serviu de berço.
E nesse cuidado de bem cuidar da divulgação da História de Portugal, durante séculos, as escolas dos ensinos primário e secundário, desenvolviam uma meritória tarefa que tinha o condão de bem zelar por um ensino proficiente.
Infelizmente, a partir dos anos setenta do século XX, a disciplina de História foi sendo desvalorizada e (ou) suprimida dos currículos escolares. Tão aberrante e condenável circunstancialismo foi ocorrendo em consequência das absurdas políticas educativas de sucessivos governos, que se devem considerar de lesa pátria.
Agora, surgiu a notícia de que vai ser criada a disciplina de “HISTÓRIA, CULTURAS E DEMOCRACIA”.
A notícia não é entusiasmante. Lamento!
Porque embora seja urgente ensinar História aos portugueses, há que providenciar com a devida prudência para que seja encontrada a melhor solução.
Precisando, explico-me:
Julgo que prosseguiria mais relevância educacional e objectividade cultural, a autonomia do Ensino da História. Ela não deve ser amalgamada com o ensino da Democracia. São matérias distintas. E a democracia, per se, nada acrescenta, não distorce, nem condiciona ou introduz sentidos de interpretações várias ou equívocas à essência do facto histórico; melhor expressando: o ensino da Democracia, por válido que seja, é praticamente inaplicável ou se quisermos, assaz inoperante no estudo da Filosofia da História.
Por outro lado e complementando o comentário anterior: melhor seria criar uma disciplina que enquadrasse a Cultura e a Democracia no âmbito das Ciências Sociais e segundo um formato ou esquema de Estudos Culturais.
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