Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, julho 29, 2019


OS DISFARCES DA PARTIDOCRACIA
QUE TEM DESGOVERNADO A NAÇÃO
Parte I
Introdução
Brasilino Godinho

Em 25 de Abril de 1974 ocorreu a revolução que pôs fim à ditadura do Estado Novo. Ao povo foi anunciado que se iniciava um novo ciclo de vida da Nação. O regime que despontava seria a Democracia. O povo - embriagado pelas latejantes ardências da liberdade de que se achava de-repente possuído – ingénuo e apolítico (por maquiavélica determinação de Salazar que proclamava não estar o povo preparado para viver em Democracia) acreditou na promessa.
Muita gente se excedeu na anárquica aplicação da liberdade. Pelo que se cometeram grandes abusos e se levaram à prática manifestações de ódios incontidos que se traduziram em horríveis atentados contra pessoas, de que resultaram as mortes de algumas.
Com a promulgação da Constituição da República Portuguesa, em 1975, a anarquia insurrecional foi contida e parecia que o País iria tomar rumo democrático.
Então surgiu um grupo de políticos de novas gerações que, integrando os partidos recém-chegados ao quadro constitucional do regime dito democrático, assumiram o múnus sociopolítico e o exercício da governação.
Foi manifesto para os observadores atentos e melhor capacitados como analistas da vivência comunitária, que a maioria desses políticos, adrede arvorados a fazedores da política caseira, não estavam minimamente habilitados para gerir a governação do País e dar provimento às inadiáveis e mui abrangentes necessidades da Nação.
O que também demonstrou quão errada e prejudicial foi a orientação salazarista de não ter providenciado a formação política, cívica e educacional da juventude, segundo a máxima latina mens sana in corpore sano. Pois que só uma parte dos jovens recebiam não a formação de cidadãos conscientes e responsáveis, mas sim a formação dogmática de seita; esta, afecta ao regime de cariz fascista, no âmbito da Mocidade Portuguesa. Ou seja: formatando homens de mentalidade acéfala, dóceis, sem cultura de racionalidade e falhos de espírito crítico e de exigência cívica – em conformidade com os interesses do Estado Novo e sua exigente acomodação ao aproveitamento do estado de analfabetismo crónico da população, nas suas três componentes: primária, funcional e cultural.
Um parêntesis para anotar a advertência formulada pelo distinto pedagogo e professor da Universidade de Coimbra, Serras e Silva: “Formar homens importa muito mais do que divertir o público com marchas empertigadas em que se afecta um vigor que não existe e uma mentalidade que é apenas exterior e coreográfica.” A advertência foi desprezada por Salazar e ministros da Educação de sucessivos governos salazaristas.
A propósito, anote-se que, nessa perspectiva de domínio psíquico e sociológico da grei portuguesa, sob a égide de Oliveira Salazar foi tomada uma medida de bastante eficácia no sentido da criação e prevalência de generalizado rebanho de carneiros submissos e amorfos (passe a expressão): a erradicação da disciplina de Filosofia no ensino secundário e no ensino universitário (Ciências e, parcialmente, nas Humanidades). Também, com a mesma intenção: a desvalorização do Português e da Matemática, no ensino secundário. Medidas precedendo a remoção do Latim do currículo do ensino secundário que, igualmente, foi algo perniciosa na estruturação do conhecimento das novas gerações.
Acresceu que o exercício dos elevados cargos públicos estava confiado a gente afecta ao regime. Dele, totalmente arredados os cidadãos do reviralho.
Isto escrito para acentuar a deficiente bagagem intelectual, a nula prática democrática e a inexperiência dos jovens detentores do Poder - admitido no consenso geral como sendo democrático.
Postos à prova os partidos e os políticos da implantada Terceira República cedo se apercebeu as generalizadas limitações e fragilidades funcionais dos grémios partidários, dos respectivos dirigentes e de alguns membros de maior relevo mediático.
(Continua na Parte II)