86. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
06 de Fevereiro de 2018
COMENTANDO UM COMENTÁRIO
DA PROFESSORA TERESA SOARES
“ANTÓNIO MEXIA GANHA
MAIS DO QUE O
PRESIDENTE DA
MICROSOFT E DA APPLE”.
Simplesmente, uma
indecência e um escândalo.
Quando ouço dizer ou leio que a
criatura António Mexia, licenciada em Economia, ganha dilatados mundos e enormes,
obscenos, fundos, na gerência da EDP, sinto a estranha sensação de os meus
escassos cabelos, da minha desgraciosa calvície, se eriçarem como se fossem
sacudidos por forte ventania.
Isto, decerto, acontece pelo
negativo impacto da escandalosa maquia que todos os meses acresce a conta
bancária do grande-chefe da EDP, e como decorrência da insólita anotação de que
a mesma é ganha.
E logo, nesse instante de audição
ou de leitura, me interrogo: GANHA? Como assim?
Atento que sou aos acontecimentos
e à natureza das coisas e lousas e curioso quanto aos fenómenos mais ou menos
grotescos e incríveis que vão ocorrendo em Portugal, gostaria de saber qual a
substância e objectividade do ganho de
António Mexia.
Que faz ele no dia-a-dia,
mês-a-mês, ano após ano? Que justifique as fortunas mensais que cobra sem
qualquer quebra de continuidade. Gostaria de saber, para melhor equacionar o
fantástico capital que a EDP lhe faculta, no contexto de um país à beira da
rotura financeira. E como classificar o indecente paradoxo de Portugal, cotado
como um dos Estados mais pobres da Europa, ter os preços da energia eléctrica
ao nível dos ricos Estados europeus que a têm mais cara.
Mas, para já, posso adiantar o
que penso.
António Mexia não ganha aqueles
milhões que recebe no pressuposto do trabalho que desenvolve. A ocupação de
António Mexia, segundo se depreende, é de executar com mestria operações de
somar receitas da EDP e de sumir meios de subsistência de milhões de portugueses
e de milhares de empresas. Numa conclusão: aniquilar a Economia de Portugal.
Pois que pessoas e indústrias são profundamente afectadas pelos elevados custos
da energia eléctrica, da qual não podem prescindir.
Bem se poderá aventar que, em vez
de ganho, António Mexia recebe aquilo que corresponderá a uma combinação engendrada
com base em percentagens de receitas alcançadas pela empresa.
Em casos como este, também se
poderá evocar o dito popular: branco é, galinha o põe. Precisamente o ovo que
alimenta a avidez de António Mexia e da EDP: quanto maiores forem as receitas,
mais choruda será a maquia anual de António Mexia.
Finalmente, digo: Não me venham
com a falácia, qual peneira dos ganhos de António Mexia, para taparem o Sol da
fortuna que ele, à custa da indecente e dramática exploração das populações,
aumenta ao compasso do tempo.
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