Um comentário
“Quando as pessoas que julgam
as fraudes dos outros
as cometem eles próprios…”
É verdade, Sr. Godinho. Quando ouvi a notícia nem queria acreditar. Não há palavras para descrever uma situação destas.
Veja o Sr. Godinho a diferença: na semana passada, estive numa conferência em Ankara e qual não foi o meu espanto quando ao viajar dentro da cidade, num pequeno autocarro público, constatei que o motorista aproveitou os poucos minutos de espera para a hora da partida para apanhar um pouco de ar e deixou uma caixa cheia de dinheiro dos bilhetes, completamente aberta, sem problema nenhum. Mais ainda, não cobrou bilhetes, as pessoas iam entrando e todas depositavam na caixa o valor devido, que é o mesmo para qualquer distância. E faziam-no mesmo nesse intervalo de tempo em que o motorista não estava no autocarro. Ninguém deixou de pagar.
Está a imaginar esta situação em Portugal, não está Sr. Godinho? A maior parte das pessoas não pagaria bilhete e alguns ainda aproveitariam a ausência do motorista para tirar o dinheiro que lá estivesse.
E isto são os Turcos, para com quem nós temos atitudes de superioridade.
Como é que se chega a um estado de civismo e honestidade destes?
Já percebo porque é que é tão difícil em Portugal. Quando as pessoas que julgam as fraudes dos outros as cometem eles próprios...
Gracinda Martins
Duas notas de registo:
- A primeira, para destacar que a Turquia é um país situado numa invulgar posição estratégica, no extremo limite da Europa face à Ásia, na linha de fronteira de duas civilizações, onde convivem duas comunidades – muçulmana (a maioritária) e a cristã. Também possuidor de uma grande economia, de um grande poderio militar - o que o credita como uma importante potência regional euro-asiática. Não obstante a sua grande preponderância no concerto dos países civilizados, certos meios europeus conservadores, movidos por fanáticos sentimentos xenófobos e religiosos, tudo fazem para lhe bloquear a entrada no seio da Comunidade Europeia.
- A segunda, para informar os leitores que os tipos de impressão, as manchas coloridas e os sublinhados, foram introduzidos, no texto original, por Brasilino Godinho.
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