Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, fevereiro 21, 2019



BRASILINO GODINHO
196. APONTAMENTO 
20 de Fevereiro de 2019

ELES COMEM MUITO E AVIDAMENTE…
DEPOIS SUCEDEM-SE AS DESGRAÇAS…

01. É sobejamente conhecido por quem em Portugal não anda a dormir na forma ou a ver passar os comboios das desastradas (des)governações nacionais, que os políticos que a elas ascendem e delas colhem extraordinários proventos materiais, vistosas comendas honoríficas e jubilosas mordomias nos sectores empresariais e bancários, seguem um rumo ou guião ascensional das suas magníficas e opulentas carreiras há muito consagrado, usado e mantido, com acautelada e deslumbrante pertinácia e cativante admiração de amigos, companheiros e familiares – os quais, não se fazem rogados em saudar, proclamar e aplaudir as grandes façanhas que eles vão realizando nas actuações no circo político; as quais, têm lugar, em exibições contínuas na capital alfacinha e nos conceituados e mal-afamados (passe a antinomia) arredores saloios.

Ora, vejamos:

02. Ainda dir-se-ia que vivendo debaixo das fraldas das mamãs ou na menor das hipóteses durante a adolescência, os mocinhos devem ser incluídos nas agendas de previsões e nos mapas de provisões familiares e partidárias, com a anotação de predestinados a terem atraentes carreiras políticas. E ainda no início da juventude devem ser inscritos nas Jotas da sua predilecção ou da preferência dos seus pais. Aí, nessas preciosas agências de partidários recrutamentos de empregos juvenis, terão magnificas oportunidades de frequentar com elevados aproveitamentos doutrinais as incríveis universidades de verão (enquanto não se criam as universidades de inverno…) – logo alcançando recomendadas credenciais para, decorridos poucos anos e em idade em que, de todo, nem se libertaram das fraldas maternas, ascenderem a posições preponderantes num qualquer ministério onde serão muito bem recebidos como técnicos especialistas de 1.ª classe em coisa nenhuma, ou como assessores ou chefes de gabinetes. De realçar, que há sempre um ministério que espera ansiosamente pela programada criatura – ou não estivesse ela, desde tenra idade (tal como os reis…) predestinada para aquele específico lugar; que assinale-se fica muito bem decorado com tão ilustrada figura…
Dadas por fim as comichões (não confundir com comissões) e precedendo extraordinários louvores, devidamente exarados em Diário da República, pelos baixos e altos voos picados efectuados pelos dedicados e mui apetrechados de giros atributos físicos e de elevados predicados mentais dos serventuário; é a altura de os jovens machinhos e as jovens fêmeas darem os saltos acrobáticos do Terreiro do Paço para o Palácio de S. Bento ou, em alternativa, fazerem o transbordo de funções: de subalternos nos ministérios para Secretários de Estado - mantendo-se desta expedita forma no meio ambiente palaciano, no qual se movimentam à-vontade como as espécies que vivem em águas profundas. Dito de outro modo: conservando o vínculo governativo.
Entretanto, entretidos nas funções de ajudantes-de-campo, do ministro (segundo a sábia designação que in illo tempore, a grande figura política de triste cariz cavacal, em alarde de grande sapiência politiqueira, lhes atribuiu, vão passando o tempo até que se depara o momento de serem catapultados para ministros.
Como ministros vão evidenciar múltiplas faculdades; as quais, os predispõem e recomendam para quando deixarem os ministérios porem, de novo, em pública exposição a sua inolvidável arte acrobática de bem cavalgar o futuro. O que é facilitado pelo grande domínio da arte de magia com que da gestão no governo, passam a administradores bancários e a grandes empresários. Nestes casos, decerto por prevalência da tradição de práticas de magia negra. O que equivale a considerar que, também nos bancos e empresas, guardados estavam os lugares de administradores para os ministros, logo que desligados das funções governamentais.
Face ao que se vai conhecendo - e aqui se relata - depreende-se que, em Portugal, estão bem definidos os percursos das grandes figuras do mundo político, das instituições bancárias e das grandes empresas.

03. Importa termos bem presente a certeza que está à vista: durante os mencionados percursos prevalece um dado inequívoco: os ditos, cujos políticos e administradores, são uns refinados glutões. Eles comem muito e avidamente.
Tanto e descontroladamente, se alimentam no dia-a-dia que, empanturrados com abundantes refeições governamentais, bancárias, empresariais e com obscenos e lautos repastos de milhões de euros; que depois, nos aquecidos e requintados gabinetes, não conseguem dar uma para a caixa…

04. Desta desconformidade funcional o actual governador do Banco de Portugal deu esclarecedora informação.
Ele disse, em entrevista ontem divulgada, que não se sentia responsável pelos atropelos e gravíssimos prejuízos financeiros verificados na administração da Caixa Geral de Depósito, de que, à época, era administrador; porque, nas reuniões efectuadas pela administração para autorizar as concessões dos vultuosos créditos de muitos milhões de euros, se limitara a fazer figura de corpo presente. Ou seja: “a assegurar o número de administradores necessários”.
Lê-se e Pasma-se!
Então um administrador do maior Banco português, Carlos Costa, limita-se a participar nas muitíssimo importantes reuniões da administração só para marcar presença e, provavelmente, receber as respectivas senhas de milhares de euros? Não assinou as respectivas actas como participante nas sessões deliberativas? E se esteve presente, a título de administrador obviamente que, assinando as actas, assumiu responsabilidades por tudo que foi decidido. A menos que tivesse feito declarações de voto, explicitando discordância e firme, inequívoca, oposição às deliberações decididas pelos colegas.
Porém, como admitir que ele fosse para as reuniões sem conhecer as programadas Ordens de Trabalhos? E em todas as reuniões se repetiram essas aventadas anomalias de funcionamento da Administração da Caixa Geral de Depósitos?
Ao tempo, o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos era constituído por um colégio de amadores, pagos a peso de ouro?
Aliás, estando em discordância, não havia maneira de se dispensar da presença nas reuniões? Até a Caixa Geral de Depósitos teria poupado milhares de euros – o que, igualmente, seria um expediente de boa gestão financeira.

05. Atrevo-me a escrever que se o Senhor De La Palisse fosse vivo e se convocado a dar opinião sobre tal atitude do administrador presente e auto configurado como ausente nas sessões importantes da Caixa Geral dos Depósitos, diria que a ilustre pessoa estava de tal forma empanturrada com a digestão das aqui mencionadas refeições e grandes repastos, que adormecia e ficava - providencialmente, por oportuna intervenção de entidade divina da sua especial devoção - alheio ao que se desenrolava nas sessões…

06. Concluindo: Face ao que fica exposto, não admira que a (des)governação do País e a falência dos bancos e das empresas, sejam tudo aquilo que se conhece e, muito mais, tudo que consta do ignorado estendal de coisas miseráveis e abjectas de que se presume existência, mas que vão permanecendo obscuras nos subterrâneos da Corrupção, da Desonestidade, da Incompetência Encartada (mui atrevida) e da Injustiça – nos quais, em Portugal, não tem cabimento e intervenção repressiva o Estado de Direito – que seria suposto existir.