Leitor,
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Leia!
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SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, fevereiro 09, 2019



PORTUGAL ESTÁ VICIADO EM CRISES
Parte I

Brasilino Godinho

01 – A breve crónica que se segue abrangerá um tempo diacrónico contado desde o século XVI até à actualidade e será dividida em duas partes. Porém, a primeira parte, incide sobre uma recente ocorrência que poderia ter ocasionado uma grave crise que poria meio mundo português em polvorosa, arrastando graves e imprevisíveis consequências… mas, curiosamente, em conformidade com o avantajado registo histórico de crises que é, afinal, património intrínseco de Portugal.

02. Se bem conto o tempo, terá sido há dois meses que Cristiano Ronaldo, o grande e condecorado craque português das futebolísticas lides, compareceu num tribunal de Madrid. Nele foi julgado e condenado a pagar milionária quantia ao Fisco espanhol, por comprovada fuga ao mesmo.

03. Embora ainda não galardoado com a condecoração portuguesa mais importante: a da Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito - são favas contadas que um dia, a ele ou a outro futebolista de grande nomeada, talvez até Eusébio, a título póstumo, ela será atribuída com a devida pompa e circunstância - tal condenação da cristiana ronaldina figura, despertou a bastante gente de oficial compleição física e abstração mental, abancada à mesa do ORÇAMENTO, o propósito de lhe exigir a devolução ao Estado das condecorações com que tem sido contemplado.

04. Por enquanto, a ideia parece não ter gás para se concretizar.
Todavia, se concretizada a devolução das peças que dão lustre oficial à carreira do célebre jogador de futebol, ter-se-ia desencadeado uma enorme crise que talvez mais abalasse a já mui frágil estrutura sociopolítica da sociedade portuguesa; dado que hoje o futebol é um pilar em que assenta o desenvolvimento democrático do País, o factor de animação, distracção e satisfação das imensas falanges de apoios e desapoios do mundo futebolístico lusíada. E há generalizada consciência do importante papel que a nação futebolista tem no (des)equilibro das fraternidades, igualdades e liberdades dos grupos sociais em que se encontra fragmentada a sociedade lusa e desconstruída a decadente nação que somos.

05. Também importa assinalar que essa previsível enorme crise estava mesmo a faltar para compor o ramalhete das crises em que se revê o Portugal destes atribulados tempos.
Agora, ter-se-á afastado esta fascinante crise; talvez que não obstante o seu fascínio, tenha havido manobras de bastidores do numeroso grupo de donos disto tudo e outros bons indivíduos, mai-los filhos de vistosas famílias, galardoados pelos presidentes Soares, Sampaio e Cavaco; os quais, venerandos chefes do Estado que temos, durante os seus mandatos, fizeram largas encomendas e indecorosos aproveitamentos das produções fabris de medalhas e peças ornamentais, com que festejaram figuras eminentes que valiosas actividades desenvolveram e que soberbamente se constituíram como relevantes exemplos para a nação dos imbecis e cretinos, por aí espalhados a esmo.

06. Assinale-se… como - por exemplo - aconteceu com o jovem alfaiate que, com desconhecido engenho e alguma rudimentar arte decorativa, ornamentava o traje da primeira-dama do ex-presidente cavaco e assim logrando ultrapassar uma crise de figuração estética em termos femininos - citação ilustrativa do superior critério ostensivamente usado com inteligência e oportunismo pelos magnânimos presidentes que, forçosamente, gerava faustoso gáudio dos magníficos contemplados.

07. No caso, no precedente anotado, à época até se manifestaram duas crises: primeira, a mencionada e imprevista crise de figuração estética na feminina criatura de presidencial textura; a segunda, compaginada no menosprezo ou amnésia do ex-presidente Cavaco, que tendo condecorado, sob estupefacção geral, o costureiro-alfaiate da primeira-dama do seu staff presidencial, cometeu a leviandade de não galardoar a cabeleireira (que, também ela, terá desempenhado uma acção decisiva no enfrentar a crise de natureza estética, decorativa e claramente ornamental, com o assinalado êxito vislumbrado pelo dedicado e cavacal esposo da ditosa D. Maria Cavaco), o cozinheiro, a criada de quarto, o jardineiro e o motorista da sua esposa.

08. Para a História e nos anais da Presidência da República, ficará o deplorável e incrível registo de um presidente de cavacal expressão, que cometeu uma tremenda injustiça para com os prestáveis serviçais de sua venerada esposa.
Em contraposição, também, no acervo histórico das crises portugueses, ficaram indelevelmente anotadas, sobressaídas e apreciadas, com deslumbramento, as duas crises cavacais que se podem considerar autênticas preciosidades emblemáticas da era presidencial/cavacal.
(continua na segunda parte)