NEM SÓ DE CRÍTICA E REPROVAÇÃO,

TAMBÉM DE ELOGIO E APROVAÇÃO…

Brasilino Godinho

31/01/2022

Decerto que os meus assíduos leitores de muitos anos já se deram conta de que nem só de crítica e de comentários vigorosos se recheiam as minhas crónicas. Também de elogio e de realce de procedimentos valorosos se preenchem meus outros escritos.

Outrossim, é frequente brincar comigo mesmo, fazer autocrítica e apontar minhas debilidades. Quem deste modo e leveza brinca consigo, se critica e se revela em plenitude de maneira de ser e actuar, tem soberana autoridade para brincar e ajuizar sobre o próximo, procedendo em termos de decência, educação e de respeitabilidade. Um modelo de estar e agir; no qual me revejo e me satisfaço em paz de espírito.

Assim exerço a actividade de escritor que muito preza o respeito que deve a si mesmo e ao seu semelhante. Com a particularidade de me expressar com independência, seriedade, isenção, objectividade e rigor.

Hoje, aqui e agora, faço um registo que releva de interesse cívico e demonstrativo de que ainda subsiste no campo político, em Portugal, a prevalência de, pelo menos, um nicho de acatamento do valor da Educação que nos devemos obrigação de partilhar como gente civilizada.

É notória e bastante conhecida a frequência com que exerço, através da escrita, o meu direito a criticar e a verberar as políticas governamentais. Situando-me na actualidade, muitas vezes, directa ou indirectamente, o chefe do governo tem sido visado.

As minhas peças escritas que, algumas vezes, mesmo sendo de áspero tom reprovador, até serão, intrinsecamente, peças literárias, são sempre endereçadas ao Exm.º residente do Palácio de S. Bento; dado que o respectivo endereço consta da minha lista de 1100 contactos.

Para outras instâncias do altíssimo PODER igualmente endereço minhas crónicas, visto que não é minha prática “atacar as pessoas pelas costas”. Porém, só do Gabinete do Primeiro-Ministro se processa a gentileza de acusar a recepção das mesmas.

 

Transcrevo o teor-tipo das mensagens recebidas:

 

Gabinete P M 17:04 (há 3 horas)   Exmo. Senhor   Cumpre-me acusar a receção do e-mail de V. Exa. Com os melhores cumprimentos,   GABINETE DO PRIMEIRO MINISTRO   Nota informativa: Em atenção aos meus leitores e enquadrada no contexto do precedente escrito, trago a informação de que, desde há meses, deixei de enviar ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Portuguesa os textos em que Sua Excelência é visada, pela razão de ter recebido comunicação dos serviços da Presidência de que deveria submetê-los a apreciação prévia – o que, obviamente, rejeitei de imediato. Lamento ter sido obrigado a tomar tal atitude.  Mas cumpre-me dever de averbar anotação de que existe censura em Portugal, até levada à prática ao mais alto nível da superior Hierarquia do Estado, como é o caso aqui referido.