UM ACONTECIMENTO IMPORTANTE

Brasilino Godinho

06/12/2021

 

Talvez por Portugal estar dominado por um subentendido regime monárquico que ilustra existência como Reino da Bicharada, os órgãos da nossa comunicação social não deram realce noticioso a um acontecimento importante que ocorreu há poucos dias: a proclamação da República de Barbados.

O que se traduziu no facto de Barbados ter deixado de ser tutelado pelo Reino Unido e tendo como Chefe de Estado a britânica Rainha Isabel.

Acontecimento muito importante por Barbados se ter libertado da vassalagem a Sua Majestade Britânica e assumido plenamente a sua soberania. Mas também bastante relevante por ser exemplo para outros territórios que permanecem ligados ao Reino Unido.

Outrossim por sermos levados a pensar que está iniciado um irreversível processo de extinção das monarquias existentes. Pois que são regimes anacrónicos sem cabimento no tempo actual, em que nem se admite a existência de pessoas privilegiadas e superiores aos concidadãos e em que prevalece a exigência de cumprimento das normas estabelecidas pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Mais: no século XXI radica na maioria das populações a determinação de ser intolerável que uma família se arrogue o perpétuo direito de representar o Estado. Por isso, estranha-se e lamenta-se que várias monarquias como a da Grã-Bretanha e da Espanha, que se representam como modelos de degeneração sociopolítica e apesar de serem altamente viciosas, desacreditadas por sucessivos escândalos e delitos de natureza criminal e, também, com elevados custos de manutenção dos membros das suas cortes, quais parasitas da sociedade, não sejam abolidas.

Oxalá que a República de Barbados seja incentivo para outros países lhe seguirem o exemplo, de modo a erradicar definitivamente tão aberrante regime que tendo sido útil nos séculos antecedentes ao surgimento das nações, ocorrido em princípios do século XIX, agora no nosso tempo é obsoleto, sem coerência existencial e sem válido préstimo para as populações nativas.