Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, maio 29, 2019


BRASILINO GODINHO
240. Apontamento
28 de Maio de 2019

BREVES ANOTAÇÕES SOBRE A
REVOLUÇÃO DE 28 DE MAIO DE 1926

Faz hoje 93 anos que teve início na cidade de Braga a Revolução Nacional (segundo o léxico nacionalista da era do Estado Novo), sob o comando do general Gomes da Costa.
As tropas sublevadas investiram sobre Lisboa e quando lá chegaram não lhe foi oposta resistência, uma vez que a população estava farta da anarquia existente e o almirante Mendes Cabeçadas já assegurara a vitória, visto que o governo se demitira e o Presidente da República, Dr. Bernardino Machado, o nomeara chefe do governo sob regime de Ditadura Militar.
O movimento inspirou-se na ditadura do general Primo de Rivera, ao tempo vigente em  Espanha e, sobretudo, na marcha dos camisas negras de Benito Mussolini, sobre Roma em 28 de Outubro de 1922.
Seguiu-se um período de desentendimentos e intrigas palacianas entre os militares; os quais, não tinham ideias e políticas definidas sobre o rumo da Nação e a evolução do País. Um parêntesis para lembrar que algo parecido aconteceu a 25 de Abril de 1974. Parece que os militares carecem de formação política e de aptidão para administrar a coisa pública.
Naquele confuso período sucederam-se, no campo dos revoltosos, as disputas entre as facções nacionalista, republicana, monárquica e maçónica, que sucessivamente arrastaram a quase imediata queda do almirante Mendes Cabeças, e logo a seguir, em poucos dias, do prestigiado general Gomes da Costa (comandante do Corpo Expedicionário Português, no teatro de operações em França, da Primeira Grande Guerra, de 1914-1918), preso e deportado para a Ilha Terceira, onde teve como Ajudante de Campo, o capitão Aniceto dos Santos, que viria a ser, na década dos anos cinquenta, Governador do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, Açores.
Acabou por se impor como força dominante na Ditadura Militar a facção maçónica encabeçada pelo general Óscar Carmona.
Como facto curioso e significativo dos expedientes que são usados nas ditaduras e nas governações de todos os matizes políticos, a Ditadura Militar teve, no arranque em Braga, uma patética figuração em jornais de Lisboa; a qual, dezenas de anos decorridos, veio a ser revelada (se bem me recordo), pelo próprio autor, jornalista Manuel Múrias: a sensacional notícia e fotografia do general Gomes da Costa, a cavalo, em frente de uma coluna de militares, na cidade de Braga, como se estivesse lançando uma proclamação às massas populares, em tom vibrante e arrebatador; até, pretensamente, transcrevendo os termos em que fora pronunciada e os fortes aplausos que lhe teriam sido dirigidos pela entusiástica multidão. Afinal, tudo fora uma ardilosa manobra de enganar e convencer o Povo da força e das intenções dos revoltosos.  Ou seja: a revolução começava sob o signo da mentira.
A Ditadura Militar durou até 1932. Nesse ano sucedeu a Ditadura de Salazar, designada Ditadura Nacional que, como tal referenciada, teve término em 1933, com a aprovação da Constituição da República, de 1933 que institucionalizou o Estado Novo.
Nesta data é de anotar, em atenção às novas gerações, que a Revolução de 28 de Maio de 1926 não criou o Estado Novo. Durante a Ditadura Militar foi coisa arredada das intenções dos militares revolucionários.
O Estado Novo é, sim, uma inspiração e criação, em 1933, do Dr. António de Oliveira Salazar.
Por último, é de referir que a Ditadura Militar, sob a direcção de personalidades maçónicas, como o general Óscar Carmona, presidente vitalício da República Portuguesa, veio a recolher no seu seio e a promover o seu irmão fraterno Dr. António de Oliveira Salazar. E com ele – tempos antes, ungido na Loja Revolta, de Coimbra, tendo como padrinho o Dr. Bissaya Barreto – o Estado Novo, se configurou como o apogeu do Estado Maçónico Português.
P. S. – A expressão “Estado Novo foi o apogeu do Estado Maçónico Português” não é minha.
Mas corroboro-a! Sem quaisquer dúvidas!