Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, abril 23, 2019


BRASILINO GODINHO
219. APONTAMENTO
23 de Abril de 2019
A SINGULAR E PORTUGUESA
DITADURA DEMOCRÁTICA
E OS SEUS MUI AVENÇADOS

É um dado adquirido, percepcionado por bastantes indígenas lusos, que o regime político vigente é uma formal república dita democrática mas que, na realidade, funciona como uma ditadura, fazendo jus a ser considerada como uma absurda ditadura democrática; dado que usa e abusa do figurino identitário da democracia. O que se deve considerar que à ditadura do Estado Novo sucedeu, pela via da Revolução dos Cravos, a ditadura partidária, pomposamente apregoada como democrática. Afirmando por outras palavras: temos vindo a suportar uma incrível, maquiavélica e tenebrosa, ditadura mascarada de democracia.
Reflexo desta situação e da mentalidade que lhe está subjacente, é o facto de os partidos se empenharem afincadamente no propósito de obterem maiorias absolutas. Nunca é o interesse nacional mencionado em primeiríssimo lugar. Este factor pátrio, de primordial relevância, só raramente é evocado. Outrossim, demonstra que os partidos mais preponderantes na chamada democracia portuguesa têm a vocação ditatorial, pois que a maioria absoluta se traduz numa intransigente governação autoritária que se serve de todos os meios coercivos para impor a sua política sectária.
Ora, o leitor pondere: o que configura uma maioria absoluta de um partido ou mesmo de uma coligação.
Unicamente isto: o governo, porque detendo a maioria de deputados na Assembleia da República, exerce o Poder discricionariamente segundo a tríplice determinante: QUERO! POSSO! MANDO! E com a audácia de proclamar que recebeu o mandato do Povo.
O que é uma afirmação falsa! Um grosseiro embuste! Uma desonestidade intelectual. Uma percentagem de maioria vencedora de uma eleição cinge-se ao número total de votantes, e não abrange concordância dos não- votantes, dos votos nulos e em branco, inscritos nos cadernos eleitorais. Daí, se pode afirmar que por maior que seja a percentagem de votação num partido vencedor, ela não significa que ele se arrogue o direito de proceder unilateralmente como se tivesse recebido a aprovação do povo.
Além disso, os resultados têm sido desastrosos, sempre que os governos têm tido maiorias parlamentares.
Acresce a gravidade de a Constituição da República Portuguesa ter sido concebida e formulada por gente partidária, com o nítido propósito de assegurar aos partidos o papel de agentes únicos da acção política e de obstar a que os cidadãos possam aceder à governação e ao exercício da actividade parlamentar, onde de alguma forma poderiam desempenhar relevante papel de actuação política, correctora das irregularidades dos
poderes legislativo, executivo e judicial.
Por outro lado, as derivas das maiorias partidárias e as ditaduras que lhes são adstritas têm sido apoiadas por um clã de avençados do regime que delas se sustentam e se aproveitam indecorosamente. Avençados que actuam todos os dias nos jornais, nas revistas, nas rádios e nas televisões.
Se os partidos detém o monopólio do Poder e a latente perspectiva de ele ser ditatorial; os cronistas de opinião da maioria dos órgãos de comunicação social, avençados do regime, além de serem agentes de subversão da Democracia, as “vozes dos donos” que lhes pagam avultadas avenças, dispõem do monopólio do usufruto do poder da Imprensa; a qual, manipulam com descaro, oportunismo, sobranceria e avantajado proveito próprio.
Neste quadro situacional, não há que estranhar o fenómeno do descrédito de grande parte da classe jornalística e as falências das empresas do sector noticioso.