CIMEIRA LUSO-ESPANHOLA
bajulação e cobardia portuguesa
versus
arrogância e estupidez espanhola
Brasilino Godinho
01.
Hoje teve lugar mais uma cimeira entre governantes portugueses e espanhóis.
Disseram
jornalistas e ministro dos Negócios Estrangeiros portugueses que a questão da perigosa
central nuclear de Almaraz não constou da respectiva agenda para não perturbar
a pacatez da conferência.
Ou
seja: para não arreliar Mariano Rajoy e seus parceiros, os governantes
portugueses mostraram-se servis perante os seus interlocutores espanhóis.
02.Mas
não ficou por aqui a capitulação dos governantes portugueses.
Mais
uma vez foi esquecida a questão do retorno de Olivença à soberania de Portugal.
03.
O problema de Olivença é semelhante ao de Gibraltar. Se Portugal reclama a
soberania sobre Olivença; a Espanha reclama a posse de Gibraltar.
04.
Porém, os governantes espanhóis não perdem ocasião de pressionar o governo
britânico, enquanto os portugueses não esboçam, face aos seus homólogos de
Espanha, o mínimo gesto de repúdio da ocupação ilegal de Olivença.
04.
Face a este deprimente quadro estamos ciclicamente expostos ao vexame e desonra
dos portugueses, sempre que ocorre a efectivação destes encontros.
05.
O que vem a traduzir alguma veracidade à afirmação do general Francisco Franco
que, no seu leito de morte ainda teve ânimo de dizer que os portugueses eram
cobardes, em comentário às notícias sobre o PREC (Processo Revolucionário em
Curso) que se desenvolvia em Portugal.
06.
E isto acontecer é bastante grave e desonroso para milhões de portugueses que,
indevidamente, assim são classificados por manifesta generalização da malvada
cobardia dos nossos governantes.
06.
Impõe-se, em obediência a algum resquício de dignidade prevalecente nos
ocupantes do espaço político da república portuguesa, que não mais haja
cimeiras luso-espanholas em todo o tempo que se mantenha a ocupação espanhola
de Olivença.
07.
Importa anotar que não há cabimento para a realização de referendos pela razão
de que as autoridades espanholas procederam à colonização intensiva de Olivença
e o governo britânico à fixação de milhares de cidadãos ingleses em Gibraltar.
08.
Ainda de referir que se governos de Lisboa têm sido bajuladores e cobardes, os
governantes de Madrid têm sido arrogantes e estúpidos, na medida que não tomam
consciência que se cumprissem as determinações do Tratado de Viena que impõe a
devolução do território oliventino a Portugal, estavam reforçando a sua
capacidade reivindicativa junto da Grã-Bretanha.
09.
Nossos votos: Que uns, políticos portugueses; e outros, políticos espanhóis,
procedam diplomaticamente no sentido de restabelecer o cumprimento das determinações
do Direito Internacional e reactivar o bom relacionamento entre os dois povos
que ocupam o território da Península Ibérica.
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