A
PERTINENTE INTERROGAÇÃO…
E
A PERTURBANTE CONCLUSÃO…
Brasilino Godinho
01.
As recentes e polémicas declarações de António Costa, proferidas no decurso dum
jantar, realizado algures em território nortenho, com chineses, acerca da
situação do País, deixaram milhares de portugueses aturdidos.
Dizer
que a situação actual é melhor do que em 2011 é, simplesmente, uma inconcebível
afirmação, por demais aberrante e ofensiva das maltratadas gentes portuguesas. Face
aos chineses foi um deplorável exercício de hipocrisia para os iludir. Que,
provavelmente, muito os incomodou.
Sem
dúvida, nítido e demasiado evidente, o indecente dado adquirido: um
procedimento de Costa lesivo da imagem de Portugal e bastante depreciativo da
índole dos portugueses.
Todos
os cidadãos deste país, isentos e com sentido de responsabilidade, certamente
que não fanáticos adeptos, nem seguidores obsequiosos da equipa
político/futebolística governativa que se pavoneia nos salões dos palácios de
S. Bento e de Belém, têm consciência da gravidade dos problemas e das desgraças
gerada pelas desastrosas políticas desenvolvidas pelo governo da actual
coligação PSD /CDS.
02.
Mesmo quando os membros da equipa de Passos Coelho, os figurantes da sua claque
de amparo descarado e obsceno e os jornalistas dos serviços de apoio e de
propaganda, acenam com a diminuição da taxa de desemprego, como talvez seu único
estandarte de sucesso, estão indecorosamente a faltar à verdade e a iludir o
público, visto que tal índice estatístico traduz a progressão daqueloutra taxa
de emigração; nomeadamente, de milhares de jovens e adultos desempregados que
são compelidos a procurarem nos países europeus, africanos, americanos,
asiáticos e na Austrália, as mínimas condições dignas de vida ou, mesmo, os
meios de subsistência que lhes são recusados em Portugal.
03.
O secretário-geral do PS, António Costa, muito desastrado nas últimas semanas, para
além do disparate da proibição dos automóveis antigos circularem nas ruas de
Lisboa, causando graves transtornos a milhares de pessoas sem possibilidades de
adquirirem novas viaturas; e do desplante de isentar de pagamento as taxas devidas
pelo Benfica; fez, no encontro com os chineses, tábua rasa do dramático quadro
mui cinzento prevalecente em Portugal (posteriormente e face ao clamor de
protesto que se levantou no país, Costa e seus fiéis amigos vieram à praça
pública apresentar justificações que não colhem aceitação e relativamente às
quais se poderá dizer que “pior a emenda que o soneto” – uma lástima!)
Ao
fazê-lo, Costa estendeu gratuitamente uma passadeira vermelha a Coelho e
Portas; a qual, desde já, se estende até à porta de entrada no Palácio de S. Bento,
para nela desfilarem, ufanos, galhofeiros, Coelho, Portas e seus comandados, na
noite do domingo das próximas eleições legislativas.
04.
Isto escrito como pano de fundo onde cabe a pertinente interrogação que se
fixou nas mentes de inúmeros portugueses: Costa será um prestimoso fruto laranjinha
infiltrado na cúpula directiva do PS?
Pela
nossa parte, igualmente, formulamos uma inocente pergunta: Que espécie de
fraternidade ligará Costa à dupla Coelho/Portas?
É
que, dificilmente, Coelho e Portas encontrariam entre os seus apaniguados
alguém que atingisse tão elevado brilho na exaltação do fantasioso sucesso da governamental
equipa de ases futebolísticos, matizados de políticos alaranjados, Coelho,
Portas e Comp.ª, L.ª, como foi aquele conseguido, a título gracioso
(assinale-se!) por Costa, o grande secretário-geral do PS.
05.
Por certo que, espectadores que somos, colocados no campo de visão do patético
circo político instalado no território alfacinha, também estamos predispostos a
aceitar a desagradável conclusão ultimamente percepcionada por muitos indígenas
portugueses: contrariamente ao que
se esperava, Costa é matéria farinácea do mesmo saco alaranjado.
06.
Por causa de tudo que se intui do que ficou exposto nos precedentes cedemos à
tentação de apresentar uma sugestão à direcção do PS: uma vez que Costa se permitiu,
ingloriamente, o escândalo de proporcionar à dupla Coelho /Portas a passadeira
vermelha na noite das próximas eleições legislativas, talvez que não fosse má
ideia o partido socialista prevenir-se atempadamente e contratar, desde já, dois
conceituados grupos de carpideiras:
um, para na noite das eleições fazer um forte pranto frente à Assembleia da
República; outro, para fazer uma fortíssima choradeira no Largo do Rato, junto
à porta da sede do PS. Ambos, actuando em vigília de lamúria pelo presumível agonia política de Costa e extrema aflição do PS. E partido prevenido…
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