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e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, abril 22, 2022

 

UM DEBATE ELEITORAL BEM CONSEGUIDO

Brasilino Godinho

22/Abril/2022

 

O debate anteontem à noite realizado em Paris, entre os dois candidatos que, na segunda volta das eleições presidenciais francesas, se defrontam no sufrágio directo a ter lugar no próximo domingo (24 de Abril): Marine Le Pen e Emmanuel Macron, foi de alto nível na sua realização televisiva e no proficiente desempenho das duas personalidades políticas. 

Desde logo o facto significativo e brilhante dos dois moderadores representarem os dois sexos e faixas etárias distintas: uma jovem e um adulto que me pareceu ser de avançada idade.

As questões colocadas pelos moderadores foram bem escolhidas, variadas, abrangentes e importantes, abarcando diversos e complexos temas focados na vária, profunda e muito complicada situação actual da França.

Foram abordadas questões muito relevantes para os franceses. Os dois candidatos apresentaram-se bem preparados.

Emmanuel Macron esteve algumas vezes nervoso e arrogante; Marine Le Pen manteve-se serena.

Fiquei sabendo que a situação sociopolítica de França é grave e preocupante. De tal gravidade não estava conhecedor. 

Marine Le Pen com as ideias de: proibir o véu das muçulmanas; optar pela energia hidrogénio; tomar medidas para contrariar a imigração, combater o terrorismo interno e alguma ambiguidade sobre a U.E.; talvez tenha gerado mal-estar em certos meios da esquerda francesa e comprometido a sua eleição.

Marine esteve atacando e apontando as fragilidades da acção política de Macron. Este, remetido à defesa, ia contrapondo seus pontos de vista, enaltecendo a sua actividade governativa e dizendo que é seu propósito fazer isto e aquilo que de melhor resulte para a França e os franceses.

Só que se poderá objectar: porquê não agiu em conformidade durante o tempo do seu actual mandato? Um aspecto que Marine Le Pen não acentuou.

Outro aspecto que Marine Le Pen descurou: não se opôs com vigor ao persistente abuso de Macron em interromper, com alguma deselegância, o fluir regular do seu “discurso” e sem haver chamado vivamente a atenção dos moderadores, que tal desaforo permitiam.

O debate decorreu de tal forma objectiva que preencheu os requisitos de elucidação do eleitorado francês.

Tratou-se de um acontecimento invulgar, mesmo a nível internacional. O povo francês terá ficado elucidado sobre as ideias programáticas de Marine Le Pen e de Emmanuel Macron.

Os franceses vão, no próximo domingo fazer a escolha do futuro Presidente da República de França.

Nessa escolha a personalidade de cada candidato e a confiança que desperta em cada eleitor, tanto quanto os programas que apresentaram, determinará o resultado da consulta popular.

Contrariamente à moda, prevalecente no seio da Comunicação Social, de declarar um vencedor do evento de natureza eleitoral, não me vou arvorar em juiz e ditar quem venceu o debate televisivo efectuado em Paris. Pois que não se tratou de um jogo, mas sim de um encontro de personalidades que expuseram as orientações sociopolíticas que se propõem seguir no mandato presidencial.

Além de que a POLÍTICA tem o elevado estatuto de ser influente e decisiva nas vidas de milhões de cidadãos e por isso não se compatibiliza com apreciações comezinhas redutoras da sua soberana finalidade que é a de se exercer como ciência de bem administrar a nação – em causa, a francesa.

Razão suficiente e coerente para não incorrer nesse expediente primário e patético de improvisar ou sugerir vencedor da disputa verbal entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron.

É no próximo domingo, 24 de Abril que haverá um vencedor.

De modo geral apreciei o debate.

Nonagenário, foi a primeira vez que presenciei um debate eleitoral bem conseguido. Faço registo pessoal. Dou informação pública.