NESTE DIA

há 3 anos

Brasilino Godinho

15 de Novembro de 2017 

 

RUI MOREIRA LUTA CONTRA O MEDO

E DESEJA PÔR EM SENTIDO O FUTURO

 

Rui Moreira, presidente da edilidade portuense, está de candeias às avessas com a directora do Museu Nacional Soares dos Reis, que não autoriza que ele apresente no auditório daquela instituição o livro Sem Medo do Futuro.

Ora se alguma coisa prova tal episódio que traz bastante desgostoso o cidadão Rui Moreira, figura emblemática da invicta cidade, é que, se há algo que ele tem como assegurado, é precisamente o medo de ontem, o medo de hoje e o medo de amanhã. Pensar o contrário é iludir-se a si mesmo. Fanfarronice!

Logo ao escrever o título da obra Rui Moreira assumiu o elevado risco de se ver desfeiteado, logo antes de ocorrer a primeira lua cheia do calendário gregoriano que rege o ciclo de vida dos indígenas que somos todos.

Ninguém pode ter a veleidade de assumir a gabarolice de não ter medo seja no tempo presente ou em época futura.

Está na cara que Moreira, de imediato, deveria sentir o incomodativo medo de lhe ser recusado o palco para o lançamento da sua obra.

Também decerto - e não o confessando - terá medo de o livro ser um fiasco editorial; este, a concretizar-se no futuro.

Por outro lado, apesar da forma um pouco enviesada, a directora prestou-lhe um serviço significante. Ou seja: como que diplomaticamente lhe dissesse: Sr. Moreira tome tento que ninguém em são juízo pensa que o senhor nem admita possuir-se do medo em termos de futuro; visto que, pelo menos, há que serem tidas em conta as incógnitas quanto a desgraças e contratempos; mesmo umas e outros relacionados com o normal funcionamento do seu exercício municipal, que julga controlar suficientemente e que são factores que podem surgir aparentemente do nada.

E Rui Moreira acredite que desta forma singela a directora do museu lhe prestou um relevante serviço, até por não ser todos os dias que se encontra alguém que, graciosamente, com a melhor vontade de ser amável e colaborante, se presta a apontar correcções a quem delas parece estar carecido.

Se calhar como não acredita nas boas e altruístas intenções da directora do Museu Soares dos Reis, Rui Moreira vai persistir no erro de apresentar queixa à Procuradora Geral da República contra ela. Suspeita-se que o tiro lhe saia pela culatra. Formula-se o voto de que não se aleije muito…

Todavia, fique com a certeza que continuará a batalhar contra o Medo e jamais conseguirá meter na sua ordem o Futuro.

Entretanto, Rui Moreira, bem-fadado, tente sossegar o espírito, ora ingloriamente atormentado…