BRASILINO
GODINHO
187.
APONTAMENTO
30 de Novembro de 2018
SINTOMÁTICO
DE UMA DESGRAÇA NACIONAL
Rezam as crónicas de bem iludir
os indígenas portugueses e de pior os maltratar que a Assembleia da República é
a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses.
Tais crónicas recolhem esta
definição do ARTIGO 147.º, da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA.
Trata-se de ficção! Que,
infelizmente, o povo absorve como realidade. Com todas as más consequências
manifestadas no dia-a-dia no patético e tenebroso pântano onde assenta o circo
político de Portugal
Pois que se na verdade a
Assembleia representa, de forma abrangente, todos os grupos de indivíduos
malfeitores, vigaristas, exploradores sem escrúpulos, oportunistas desavergonhados
e audazes criminosos de colarinho branco, existentes na sociedade portuguesa; também
os cidadãos íntegros estão no Palácio de S. Bento minimamente representados por
um número reduzido de pessoas que são dignas e respeitáveis (conheço algumas,
de ambos os sexos; por quem tenho grande consideração). Só que, em número e
poder de influência, são suplantados pelos activos agentes do mal.
Mas para além desse mal de
nefasta configuração anatómica, de desconformidade moral e de violência cívica,
enraizado no palácio de S. Bento, acontece que a própria Assembleia, per se e sua plena composição de
bastantes agentes de tudo que prejudica e maltrata o próximo, fere e incomoda o
desprevenido cidadão, renega esse preceito (de representatividade) dela
própria, na medida em que não assegura a representação e defesa de direitos de
todos os cidadãos portugueses, sem discriminações de qualquer espécie.
Por exemplo: no seio da
Assembleia da República não tem havido lugar para representantes de um sector
da população marginalizado, desprezado e regularmente atingido na sua dignidade
– o dos cidadãos idosos.
Na Assembleia nunca se discute a
problemática da terceira idade.
É muito estranho que nenhum
deputado questione o Governo quanto ao incumprimento das medidas estipuladas na
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE LISBOA, DE 22 DE
SETEMBRO DE 2017, SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS IDOSAS. Declaração
subscrita por governantes de 50 países, entre os quais o ministro da Segurança
Social, Vieira da Silva, do Governo de Portugal – Governo que, desde então, se
vem revelando como o patinho feio que deslustra a CONVENÇÃO e a DECLARAÇÃO
UNIVERSAL DE LISBOA, feita na cidade alfacinha sob a égide das Nações Unidas.
No entanto, uma vez, há poucos
anos, na Assembleia da República, um deputado do PSD cometeu a brilhante
façanha de falar dos idosos. Em sua representação? Para advogar a sua causa?
Para debater e verberar o desprezo a que têm sido votados? Para pressionar o Governo
a adoptar uma política de defesa e protecção dos idosos e de lhes assegurar
condições de dignidade e de oportunidade para participarem activamente na vida
comunitária com recurso e aplicação das suas faculdades de alma, dos seus
conhecimentos e de suas experiências de vida? Para condenar o imenso
desperdício da riqueza de massa cinzenta que tem sido ignorada e inaproveitada?
Para, finalmente, instar o
Governo a abreviar o tempo de aproveitamento de tão grande riqueza em prol do
progresso do país e da melhoria das condições de vida do povo português?
Nicles de bitocles!
O deputado alaranjado, fantasioso
representante do povo contribuinte - e este e os idosos, afinal, forçados e
esforçados pagantes das suas mordomias palacianas de S. Bento - subiu à tribuna
da Assembleia da República para insultar os idosos, ao classificá-los como “peste
grisalha”. Não constou que algum deputado, de imediato, tivesse lavrado
protesto e assumisse a defesa da honra e dignidade de qualquer pessoa idosa,
tão vilmente maltratada. E cobardemente – visto que atacou pelas costas, dado o
facto de os idosos não terem qualquer representação no hemiciclo parlamentar.
Para agravar as coisas e dar nota de relevo do desprezo da Assembleia da
República pela terceira idade, nem o presidente da Assembleia meteu na ordem a
perversa criatura que abanca à mesa do Orçamento, lhe retirou o uso da palavra,
sequer condenando o indecente procedimento.
Todavia, a malévola intervenção
da criatura parlamentar teve a utilidade de evidenciar urbi et orbi que ela era uma peste parlamentar e, por arrastamento,
a Assembleia que o acolhia também era um foco de peste parlamentar.
Enfim, com a discussão e
aprovação do ORÇAMENTO, mais uma vez se mostrou â nação que nem Governo, nem a
Assembleia da República, dispensam qualquer atenção às pessoas idosas e à
problemática que lhes está associada.
Atentem os leitores idosos que
dessa gente e dos partidos só recebem atenções durante as campanhas eleitorais
efectuadas porta-a-porta e durante as visitas que eles e elas, políticos de
vãos de escada e beijoqueiros nas feiras e mercados, fazem aos lares onde estais
recolhidos. Nessas alturas. recebam-nos com muitos vivas, abraços e beijinhos. E
depois, despeçam-se deles e delas com manguitos de fervorosa repugnância. Por
que talvez seja esta a forma cínica e eficaz de retribuírem as desatenções e
agravos acintosamente recebidos durante o intervalo de quatro anos da
legislatura.
E não estranhem se houver alguns
vossos parceiros que, compenetrados de masoquismo, digam aos políticos em
trânsito de campanha eleitoral: “Quanto mais nos batem, mais gostamos de vocês”…
O que fica escrito nos dois antecedentes
parágrafos, será levado à conta e benefício de “A bem da Nação”: dos
impostores, de toda a casta de exploradores e dos intocáveis portugueses de 1.ª classe, que se atribuíram a si mesmos
a desonesta e abusiva prerrogativa de serem os donos disto tudo.
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